sábado, 3 de outubro de 2009

Inveja branca

Tem gente que sempre quer saber o que eu vou fazer. Pra onde você vai, o que vai dizer agora? Tem gente que torce para que eu meta os pés pelas mãos, para que as minhas próximas palavras saiam tortas, ininteligíveis, doidas. Gosto bem do doidas, é o mais próximo de inesperadas. Acho chatíssimo comprar passagem em setembro pra viajar em janeiro, fico boba com quem tem medo de prestação porque tem medo de amanhã não ter dinheiro pra pagar a prestação. Confie no seu taco - ou venda a parada pro seu primo, uai! Não poderia dizer que vim ao mundo pra balançar os cabelos ao vento, forçar um sotaque peruano e vender artesanato na Praça da Rodoviária. Também não acho nem um pouco interessante trabalhar loucamente e fingir que trabalho só um pouquinho pra morar em pombais de luxo e passear com um cachorro caro ao redor da Lagoa Seca - gente, a LAGOA é SECA, onde diabos isso é interessante? Porque fazer um curso pra entender de copos, pratos e talheres se não dá nem pra saborear a comida, de tanta tensão com tanta firula? Nesses restaurantes chiques a gente faz um gesto que indique algo do tipo vou me levantar e lá vem o infeliz do garçom granfininho pra puxar a cadeira, sempre alerta. Que paranóia!!! Pelo menos foi divertido tentar driblá-lo quando fui ao restaurante do Ouro Minas - foi tipo uma ação Macgyver, eu escondida atrás da porta do banheiro esperando pelo momento em que ele ia olhar pro outro lado, pra sair correndo e praticamente me jogar na cadeira como um goleiro experiente, felicíssima por ele não ter conseguido ir até minha mesa a tempo. (!)Penso nas situações em que fiquei visivelmente desconfortável e sem sofrimento evito todas elas. Penso nas pessoas que não me fazem bem e sem pudor atravesso a rua, porque pra mim o mais importante ainda é carregar um sorriso verdadeiro no rosto. Se você quer saber o que vou fazer a seguir, imagine algo como um vestido solto e um par de havaianas num dia quente. Gosto de palavras doidas, mas se pudesse definir o que vai sair da minha boca na próxima volta, a expressão seria TOTAL FLEX: o que for mais sensato, o que houver de mais inapropriado, o que der na telha! Vá você agora tentar entender isso... Meu conselho é o de Sabino - não analisa, não... Se pensar bem, vai ver que de repente você é até mais interessante que eu, vai saber... O importante é ir - se joga, boba. No mínimo você vai ter o que contar depois... :)

2 comentários:

  1. Que dia vamos divagar sobre qq coisa que surja a cabeça em uma mesa de buteco? Eu e Mary Jane estávamos falando da necessidade de um encontro mensal com os LIPA de 2000. Topas?

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