quinta-feira, 30 de julho de 2009

Azul

Será esse o momento? Será uma luz outra chance? Seria um erro não pegar carona no possível, não sonhar com o duvidoso... Gosto mesmo é de colocar meus óculos cor de rosa vermelha e apreciar o céu. Quando olho pra cima, me dou conta de que o mundo é grande demais. Nessa terra sem mar eu nado em piscina, sem medo, sem pressa. Não entendo as pessoas que nadam competindo - pois se a alegria de nadar é a calma... Coloco meus óculos e me transporto. Divido meu olhar entre o fundo da piscina e o céu azul. Reflexo do mar nessa terra de bar! Respiro, solto o ar, penso na vida. Me perco, me acho... esqueço de mim e de tudo. Todas as minhas questões de vestibular vão sumindo, sumindo, são dissolvidas com o cloro, com o calor. Respostas flutuam em direções opostas. A minha está ali, estampada no fundo azul. Chego perto, tento alcançá-la, mergulho, procuro... não a vejo. Decido tirar meus óculos. Preciso emagrecer, tirar o cloro do cabelo, será que consigo reduzir minha celulite? Putz, tô atrasada! Será que...? Será? Nos braços da água, com olhos cor de rosa vermelha, vejo uma luz. Sob o céu azul me dou outra chance.

Azul

Será esse o momento? Será uma luz outra chance? Seria um erro não pegar carona no possível, não sonhar com o duvidoso... Gosto mesmo é de colocar meus óculos cor de rosa vermelha e apreciar o céu. Quando olho pra cima, me dou conta de que o mundo é grande demais. Nessa terra sem mar eu nado em piscina, sem medo, sem pressa. Não entendo as pessoas que nadam competindo - pois se a alegria de nadar é a calma... Coloco meus óculos e me transporto. Divido meu olhar entre o fundo da piscina e o céu azul. Reflexo do mar nessa terra de bar! Respiro, solto o ar, penso na vida. Me perco, me acho... esqueço de mim e de tudo. Todas as minhas questões de vestibular vão sumindo, sumindo, são dissolvidas com o cloro, com o calor. Respostas flutuam em direções opostas. A minha está ali, estampada no fundo azul. Chego perto, tento alcançá-la, mergulho, procuro... não a vejo. Decido tirar meus óculos. Preciso emagrecer, tirar o cloro do cabelo, será que consigo reduzir minha celulite? Putz, tô atrasada! Será que...? Será? Nos braços da água, com olhos cor de rosa vermelha, vejo uma luz. Sob o céu azul me dou outra chance.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Desejo... hum... enorme

Preste atenção: não sei se você ouviu a última canção, não entendi o que você quer dizer com um constante sorriso no rosto. Que está tudo bem? Mas preste atenção: um sorriso constante não significa felicidade. É sinal de tensão, de enrolação, de dragging the hell of your life on... Será que é isso que você merece? Pense bem. O que está escrito nos seus olhos? Eu falei com um bêbado, chorei e ri, pensei sobre meu futuro, não vi nada adiante, vi tudo adiante, tudo ao mesmo tempo, pensei em ir à Lua com meus filhos no feriado, em congelar na neve em qualquer lugar onde haja um abraço sem tempo nem espaço... pensei em fantasia, em sonho comum, em realidade, em catástrofe, em amigos, em estranhos, em grandes passadas, em passos tímidos, em fazer a diferença, em não fazer nada, em segurar a onda, em me transformar, nos seus olhos, nas nuvens se movendo sempre pra frente, em outra música que me traga o pensamento de estar dentro de tudo isso e fora do que não posso imaginar! Não quero imaginar seus olhos, não quero pensar que há mentira neles - mas sempre há, eu minto, você também, e todos à nossa volta... A Terra gira em torno do Sol, a Lua gira em torno desse planeta e esse planeta NÃO GIRA EM TORNO DE VOCÊ - E NEM DE MIM, E NEM DO AMOR, E NEM DO SEXO, E NEM DO BEM ESTAR - QUANDO É QUE VOCÊ VAI PISAR NAS NUVENS QUE EU PISO SEM MEDO DE CAIR? A queda é grande, o salto é enorme, e a vontade é... chuta! Te amo, me amo, temos tanto pra resolver... temos outro jogo pra jogar, outra vida pra aprender - não estou disposta, fui afetada pela gripe suína. Quero explodir de gripe, quero correr até a pilastra, bater a mão e voltar, quero ganhar a aposta, quero suar no sol, de tanto rir e tomar cerveja. Quero a malícia daquela menina que pisca, quero a audácia daquele paraquedista, quero sol, quero mar na minha janela, quero você na minha pista! Quero correr e parar, quero o doce e o muito salgado, quero sugar seu sangue, ser seu ser eterno qualquer coisa, amor desesperado. Seja meu ser eterno. Um dia sonhei que estava no México - só faltava Gael, meu Gael, sem lenço e sem documento, sem credo e sem razão social. Marisa Monte tem razão social, e eu quero correr, me correr disso tudo, e me acabar com um microfone na mão, porque sempre achei que tivesse algo a dizer. Sempre uma música, sempre uma canção atravanca minha vida. Penso que poderia ter feito mais, penso que não tem mais jeito. Correr e ficar, correr e ficar, chorar e ficar, beber e ficar, ficar, pensar e ficar, chorar e ficar, ficar e ficar... subir no palco, ser tudo... - e já não ser mais nada. Quero pisar no esterco, lavar as botas e rir-me do ocorrido, do desaparecido, do que tem acontecido. Ao som de Buena Vista, anseio recobrar-me do que foi e do que tem sido. Em meio a pedidos de casamento e desejos de uma outra vida que comece dentro do peito, em meio a corações orgulhosos, pulsantes e pusilânimes, essa que vos fala pede sua atenção - se equilibra, resolve que vai à missa - e reza pra dormir de noite, pelamordideus!

Desejo... hum... enorme

Preste atenção: não sei se você ouviu a última canção, não entendi o que você quer dizer com um constante sorriso no rosto. Que está tudo bem? Mas preste atenção: um sorriso constante não significa felicidade. É sinal de tensão, de enrolação, de dragging the hell of your life on... Será que é isso que você merece? Pense bem. O que está escrito nos seus olhos? Eu falei com um bêbado, chorei e ri, pensei sobre meu futuro, não vi nada adiante, vi tudo adiante, tudo ao mesmo tempo, pensei em ir à Lua com meus filhos no feriado, em congelar na neve em qualquer lugar onde haja um abraço sem tempo nem espaço... pensei em fantasia, em sonho comum, em realidade, em catástrofe, em amigos, em estranhos, em grandes passadas, em passos tímidos, em fazer a diferença, em não fazer nada, em segurar a onda, em me transformar, nos seus olhos, nas nuvens se movendo sempre pra frente, em outra música que me traga o pensamento de estar dentro de tudo isso e fora do que não posso imaginar! Não quero imaginar seus olhos, não quero pensar que há mentira neles - mas sempre há, eu minto, você também, e todos à nossa volta... A Terra gira em torno do Sol, a Lua gira em torno desse planeta e esse planeta NÃO GIRA EM TORNO DE VOCÊ - E NEM DE MIM, E NEM DO AMOR, E NEM DO SEXO, E NEM DO BEM ESTAR - QUANDO É QUE VOCÊ VAI PISAR NAS NUVENS QUE EU PISO SEM MEDO DE CAIR? A queda é grande, o salto é enorme, e a vontade é... chuta! Te amo, me amo, temos tanto pra resolver... temos outro jogo pra jogar, outra vida pra aprender - não estou disposta, fui afetada pela gripe suína. Quero explodir de gripe, quero correr até a pilastra, bater a mão e voltar, quero ganhar a aposta, quero suar no sol, de tanto rir e tomar cerveja. Quero a malícia daquela menina que pisca, quero a audácia daquele paraquedista, quero sol, quero mar na minha janela, quero você na minha pista! Quero correr e parar, quero o doce e o muito salgado, quero sugar seu sangue, ser seu ser eterno qualquer coisa, amor desesperado. Seja meu ser eterno. Um dia sonhei que estava no México - só faltava Gael, meu Gael, sem lenço e sem documento, sem credo e sem razão social. Marisa Monte tem razão social, e eu quero correr, me correr disso tudo, e me acabar com um microfone na mão, porque sempre achei que tivesse algo a dizer. Sempre uma música, sempre uma canção atravanca minha vida. Penso que poderia ter feito mais, penso que não tem mais jeito. Correr e ficar, correr e ficar, chorar e ficar, beber e ficar, ficar, pensar e ficar, chorar e ficar, ficar e ficar... subir no palco, ser tudo... - e já não ser mais nada. Quero pisar no esterco, lavar as botas e rir-me do ocorrido, do desaparecido, do que tem acontecido. Ao som de Buena Vista, anseio recobrar-me do que foi e do que tem sido. Em meio a pedidos de casamento e desejos de uma outra vida que comece dentro do peito, em meio a corações orgulhosos, pulsantes e pusilânimes, essa que vos fala pede sua atenção - se equilibra, resolve que vai à missa - e reza pra dormir de noite, pelamordideus!

sábado, 25 de julho de 2009

Mestre dos Magos

Sonhei que sabia da essência das coisas.
Morri de tristeza, porque não tinha mais nada pra saber -
Levantei-me, abri a porta e descobri o lado B;
e não acreditei que a vida poderia ser tão... insossa...
O amor é um misto de sonho e dor
a satisfação não é normal, é impossível
O Mestre dos Magos é o Vingador!
.
.
Já não há mais nada na face dessa Terra
que ainda seja aos meus olhos imprevisível. . .

Mestre dos Magos

Sonhei que sabia da essência das coisas.
Morri de tristeza, porque não tinha mais nada pra saber -
Levantei-me, abri a porta e descobri o lado B;
e não acreditei que a vida poderia ser tão... insossa...
O amor é um misto de sonho e dor
a satisfação não é normal, é impossível
O Mestre dos Magos é o Vingador!
.
.
Já não há mais nada na face dessa Terra
que ainda seja aos meus olhos imprevisível. . .

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Tempo

Um dia eu ainda hei de amar direito...

Tempo

Um dia eu ainda hei de amar direito...

MERDA!

Detesto quem é covarde
mas principalmente
quem prega a paz
e comanda o alarde.
Quem diz que faz
e não acontece
não tem bis;
quem finge
que nunca se esquece
equilibra a vida no nariz!...
NÃO QUERO VOCÊ
ESTÁ FEITO
NÃO PENSO
EM OUTRO ALGUÉM
DENTRO DO PEITO
NA VIDA
OS SONHOS
SONHAM EM VÃO
NA SORTE
OS TEMPOS SÃO OUTROS
DENTRO DO CORAÇÃO...

MERDA!

Detesto quem é covarde
mas principalmente
quem prega a paz
e comanda o alarde.
Quem diz que faz
e não acontece
não tem bis;
quem finge
que nunca se esquece
equilibra a vida no nariz!...
NÃO QUERO VOCÊ
ESTÁ FEITO
NÃO PENSO
EM OUTRO ALGUÉM
DENTRO DO PEITO
NA VIDA
OS SONHOS
SONHAM EM VÃO
NA SORTE
OS TEMPOS SÃO OUTROS
DENTRO DO CORAÇÃO...

terça-feira, 21 de julho de 2009

Telefone

Não existe nada mais chato e inconveniente que o tal do telefone. É simplesmente o cúmulo do fim você ter que ficar escravo de um negócio que invade a sua privacidade, que te chateia, que te localiza, que corta seu barato. Quem me conhece sabe que eu detesto telefone. Eu transpiro, gaguejo, nunca sei direito o que falar, perco totalmente a naturalidade, mesmo que esteja pedindo uma pizza - é um inferno. Vários dos meus amigos já entenderam isso e, quando precisam falar comigo, mandam um email ou uma mensagem, que geralmente eu respondo sem demora. Mas tem gente que insiste. Tem gente que liga uma, duas, três, OITO VEZES NO MESMO DIA!!! Existe a possibilidade de você aceitar que se a pessoa não retorna a sua ligação, a sua insistência só vai gerar pânico e preguiça? Mas também tem o problema dos "fora de área", dos problemas no telefone, talvez a pessoa não tenha recebido a ligação... Acho o fim da picada o esquema de esperar o fulano ligar. Que saco, a gente tem que entender que se a pessoa fala que vai ligar e não liga, outras coisas aconteceram, uai, e pronto. Não é o fim do mundo, as vidas vão passando e nesse meio tempo tem coisa demais pra fazer. Se a pessoa quiser, um dia ela te liga e tudo continua, né não? Detesto telefone, é um saco mesmo, mas quando aquela pessoa liga, é a coisa mais linda do mundo!!! Receber uma mensagenzinha maliciosa, ouvir aquela vozinha... Receber uma ligação daquela amiga que vc ama e tá tão sumida é o máximo! É, esse tal de telefone...

Telefone

Não existe nada mais chato e inconveniente que o tal do telefone. É simplesmente o cúmulo do fim você ter que ficar escravo de um negócio que invade a sua privacidade, que te chateia, que te localiza, que corta seu barato. Quem me conhece sabe que eu detesto telefone. Eu transpiro, gaguejo, nunca sei direito o que falar, perco totalmente a naturalidade, mesmo que esteja pedindo uma pizza - é um inferno. Vários dos meus amigos já entenderam isso e, quando precisam falar comigo, mandam um email ou uma mensagem, que geralmente eu respondo sem demora. Mas tem gente que insiste. Tem gente que liga uma, duas, três, OITO VEZES NO MESMO DIA!!! Existe a possibilidade de você aceitar que se a pessoa não retorna a sua ligação, a sua insistência só vai gerar pânico e preguiça? Mas também tem o problema dos "fora de área", dos problemas no telefone, talvez a pessoa não tenha recebido a ligação... Acho o fim da picada o esquema de esperar o fulano ligar. Que saco, a gente tem que entender que se a pessoa fala que vai ligar e não liga, outras coisas aconteceram, uai, e pronto. Não é o fim do mundo, as vidas vão passando e nesse meio tempo tem coisa demais pra fazer. Se a pessoa quiser, um dia ela te liga e tudo continua, né não? Detesto telefone, é um saco mesmo, mas quando aquela pessoa liga, é a coisa mais linda do mundo!!! Receber uma mensagenzinha maliciosa, ouvir aquela vozinha... Receber uma ligação daquela amiga que vc ama e tá tão sumida é o máximo! É, esse tal de telefone...

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Pensamentos (mega torpes)...

-Todo dia ela faz tudo sempre igual,
mas tenho certeza que a cada hora ela faz algo diferente...

-Tudo vale a pena
se a conta bancária não é pequena;

-E no balanço das horas
tudo pode continuar a mesma coisa, né?

-Mais vale uma Brahma na mão
do que duas Bavarias na geladeira!

-Eu bebo sim, estou vivendo -
tem gente que não bebe mas pode dirigir a toda hora...

-Amo tanto e de tanto amar, acho que ela é bonita -
quem foi que disse que o amor não embriaga?

-Meu carro é vermelho
porque essa cor é promocional.

-Quem sabe ainda sou uma garotinha?
Ah, suspende o álcool e vê se te enxerga, tia!

-Se chorei ou se sofri
com certeza foi porque eu mereci!...
Afinal, alcoólatra na monotonia com recalque financeiro
e metida a gatinha? Fala séeeeerio...

BOA SEMANA! :)

Pensamentos (mega torpes)...

-Todo dia ela faz tudo sempre igual,
mas tenho certeza que a cada hora ela faz algo diferente...

-Tudo vale a pena
se a conta bancária não é pequena;

-E no balanço das horas
tudo pode continuar a mesma coisa, né?

-Mais vale uma Brahma na mão
do que duas Bavarias na geladeira!

-Eu bebo sim, estou vivendo -
tem gente que não bebe mas pode dirigir a toda hora...

-Amo tanto e de tanto amar, acho que ela é bonita -
quem foi que disse que o amor não embriaga?

-Meu carro é vermelho
porque essa cor é promocional.

-Quem sabe ainda sou uma garotinha?
Ah, suspende o álcool e vê se te enxerga, tia!

-Se chorei ou se sofri
com certeza foi porque eu mereci!...
Afinal, alcoólatra na monotonia com recalque financeiro
e metida a gatinha? Fala séeeeerio...

BOA SEMANA! :)

sexta-feira, 17 de julho de 2009

GALOOOO!!!!!

Essa é uma das semanas mais felizes para o torcedor atleticano: o Cruzeiro perde o título e o Galo ganha do São Paulo por 2 a 0. Isso sem falar na goleada do clássico, como lembrou muito bem um grande amigo meu. E não tô nem aí se era o time reserva... Não sou muito de piadinhas com o time adversário, mas você há de convir comigo que ver o seu time rivalzaço, e que ainda por cima se acha e tinha certeza da vitória, perder, dá uma alegriazinha, né? Mentira, vamos admitir: NÃO TEM PREÇO! De mais a mais, sofrer um pouquinho é bom pro torcedor cruzeirense, uma espécie de teste de resistência. Alegria de atleticano é rara e dura pouco, né? Tenho quase trinta anos e desde que eu era pequena sempre foi assim. Mas olhe que interessante: nunca pensei em torcer pra outro time. É lógico que tem dia que a gente não quer nem ouvir falar o nome "Atlético", mas basta saber que ele está jogando pra começar tudo de novo. É uma febre, uma paixão, um laço que jamais será dissolvido - quase uma filosofia de vida; uma religião.
.
Ser atleticano é isso - é sofrer quase sempre, é morrer na praia, ficar possesso, mal, mas não desistir. Talvez por isso mesmo a gente sinta uma felicidade tão imensa quando o Galo ganha, mesmo que seja na segunda divisão. A emoção de se misturar àquela torcida dá um nó na garganta, e o orgulho de vestir a camisa alvinegra lateja dentro da gente. Ontem estava voltando do trabalho e vi o Amarelinho da Prudente cheio de gente vendo o jogo. Acabei descendo e assistindo sozinha. Cantei o hino, falei palavrão, fiquei puta com os passes errados e idolatrei os artilheiros da partida. Essa alegria pode durar um dia, uma semana, mas é legítima. É só nossa.
.
Acho mesmo que os cruzeirenses têm que ter seu momento de tristeza - mas só um pouquinho, né, senão a torcida debanda... Rivalidades à parte, essa semana vou curtir muito - mesmo que seja só até domingo - e festejar esse bom momento do meu time do coração! Admiro o Arnaldo Jabor e me identifico com várias das suas crônicas, mas a que ele fez sobre o Atlético eu rasgo em pedacinhos e boto fogo em um por um. No dia em que você souber o que é ser atleticano, Arnaldo, vai entender a bossalidade do que você escreveu. Pode ser que esse dia nunca chegue, porque, afinal, um ser que soma tantos anos mergulhado na arrogância de ser brilhante não tem nem interesse em partilhar dessa sensação. Não é uma questão de ser campeão da segunda divisão, é a raça pra sair do buraco com um time quebrado e sem recursos, empurrado por uma torcida que acredita. Uma pena que você não saiba o que é isso, uma pena...
.
Vamo que vamo, atleticanos! Encham o peito e gritem bem alto: "GAAAALOOOO"!!!! Engrossar esse coro não é pra qualquer um... Parabéns ao nosso time!
PS: SAUDAÇÕES ALVINEGRAS! É UM ORGULHO SER ATLETICANA!

GALOOOO!!!!!

Essa é uma das semanas mais felizes para o torcedor atleticano: o Cruzeiro perde o título e o Galo ganha do São Paulo por 2 a 0. Isso sem falar na goleada do clássico, como lembrou muito bem um grande amigo meu. E não tô nem aí se era o time reserva... Não sou muito de piadinhas com o time adversário, mas você há de convir comigo que ver o seu time rivalzaço, e que ainda por cima se acha e tinha certeza da vitória, perder, dá uma alegriazinha, né? Mentira, vamos admitir: NÃO TEM PREÇO! De mais a mais, sofrer um pouquinho é bom pro torcedor cruzeirense, uma espécie de teste de resistência. Alegria de atleticano é rara e dura pouco, né? Tenho quase trinta anos e desde que eu era pequena sempre foi assim. Mas olhe que interessante: nunca pensei em torcer pra outro time. É lógico que tem dia que a gente não quer nem ouvir falar o nome "Atlético", mas basta saber que ele está jogando pra começar tudo de novo. É uma febre, uma paixão, um laço que jamais será dissolvido - quase uma filosofia de vida; uma religião.
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Ser atleticano é isso - é sofrer quase sempre, é morrer na praia, ficar possesso, mal, mas não desistir. Talvez por isso mesmo a gente sinta uma felicidade tão imensa quando o Galo ganha, mesmo que seja na segunda divisão. A emoção de se misturar àquela torcida dá um nó na garganta, e o orgulho de vestir a camisa alvinegra lateja dentro da gente. Ontem estava voltando do trabalho e vi o Amarelinho da Prudente cheio de gente vendo o jogo. Acabei descendo e assistindo sozinha. Cantei o hino, falei palavrão, fiquei puta com os passes errados e idolatrei os artilheiros da partida. Essa alegria pode durar um dia, uma semana, mas é legítima. É só nossa.
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Acho mesmo que os cruzeirenses têm que ter seu momento de tristeza - mas só um pouquinho, né, senão a torcida debanda... Rivalidades à parte, essa semana vou curtir muito - mesmo que seja só até domingo - e festejar esse bom momento do meu time do coração! Admiro o Arnaldo Jabor e me identifico com várias das suas crônicas, mas a que ele fez sobre o Atlético eu rasgo em pedacinhos e boto fogo em um por um. No dia em que você souber o que é ser atleticano, Arnaldo, vai entender a bossalidade do que você escreveu. Pode ser que esse dia nunca chegue, porque, afinal, um ser que soma tantos anos mergulhado na arrogância de ser brilhante não tem nem interesse em partilhar dessa sensação. Não é uma questão de ser campeão da segunda divisão, é a raça pra sair do buraco com um time quebrado e sem recursos, empurrado por uma torcida que acredita. Uma pena que você não saiba o que é isso, uma pena...
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Vamo que vamo, atleticanos! Encham o peito e gritem bem alto: "GAAAALOOOO"!!!! Engrossar esse coro não é pra qualquer um... Parabéns ao nosso time!
PS: SAUDAÇÕES ALVINEGRAS! É UM ORGULHO SER ATLETICANA!

terça-feira, 14 de julho de 2009

TRILOGIA O HOMEM, Episódio 2: Sonhos verdes


Ele ficou ali imaginando seu rosto em outros tempos – linda, não haveria ou havia outra com toda aquela disputa, toda aquela convulsão dentro dela. Ela queria ser três, e delirava de três formas diferentes quando comia goiabada. Como ela estaria, em que braços, com que fortuna? Um dia ele não quis mais, simples assim. E agora tentava lembrar o por quê. Linda, não há como negar. Ele olhava sua foto na capa da revista, e não entendia. Como teria sido, o que se há de fazer, ele queria agora reconquistá-la. Iria jogar na mesa todas aquelas viagens, toda saudade e abraço por telefone, e ela iria chorar, se entregaria completamente. E ele lembrou-se daquele passeio, da meiguice desajeitada do sorriso dela. E tremia. Agora ela ali, na capa da revista, tão doce e macia, saliente como nunca; ele olhava e sorria, pensava nas fantasias que poderia ter realizado com ela. Pensou que não era tarde para realizá-las. Decidiu que era hora de agir. Percebeu que daria um grande passo com essa investida. Acendeu um cigarro, se deliciou com a idéia de aparecer no Domingão do Faustão, em rede nacional, fazendo uma declaração careta e charmosa para aquela gatinha que seria então sua esposa. Era bom demais tudo aquilo: convites para entrevistas no Vídeo Show, sua vida na Caras e em programas de TV, sua estréia como ator – porque, afinal, se uma gostosa como ela quis casar-se com ele, viraria com certeza o próximo galã das novelas –; agradeceria ao Faustão pela oportunidade daquela estréia na televisão brasileira, quando o país não resistiu aos seus olhos, seu jeito de ser... os filhos já seriam garantidamente ricos e famosos. Envelheceria com vários rumores sobre seus constantes affairs com estrelas do show business. E adormeceu.

No dia seguinte, soube que a gostosa havia se casado com um pagodeiro do momento. Passou o dia no sofá, estático, amargando seus sonhos verdes.

TRILOGIA O HOMEM, Episódio 2: Sonhos verdes


Ele ficou ali imaginando seu rosto em outros tempos – linda, não haveria ou havia outra com toda aquela disputa, toda aquela convulsão dentro dela. Ela queria ser três, e delirava de três formas diferentes quando comia goiabada. Como ela estaria, em que braços, com que fortuna? Um dia ele não quis mais, simples assim. E agora tentava lembrar o por quê. Linda, não há como negar. Ele olhava sua foto na capa da revista, e não entendia. Como teria sido, o que se há de fazer, ele queria agora reconquistá-la. Iria jogar na mesa todas aquelas viagens, toda saudade e abraço por telefone, e ela iria chorar, se entregaria completamente. E ele lembrou-se daquele passeio, da meiguice desajeitada do sorriso dela. E tremia. Agora ela ali, na capa da revista, tão doce e macia, saliente como nunca; ele olhava e sorria, pensava nas fantasias que poderia ter realizado com ela. Pensou que não era tarde para realizá-las. Decidiu que era hora de agir. Percebeu que daria um grande passo com essa investida. Acendeu um cigarro, se deliciou com a idéia de aparecer no Domingão do Faustão, em rede nacional, fazendo uma declaração careta e charmosa para aquela gatinha que seria então sua esposa. Era bom demais tudo aquilo: convites para entrevistas no Vídeo Show, sua vida na Caras e em programas de TV, sua estréia como ator – porque, afinal, se uma gostosa como ela quis casar-se com ele, viraria com certeza o próximo galã das novelas –; agradeceria ao Faustão pela oportunidade daquela estréia na televisão brasileira, quando o país não resistiu aos seus olhos, seu jeito de ser... os filhos já seriam garantidamente ricos e famosos. Envelheceria com vários rumores sobre seus constantes affairs com estrelas do show business. E adormeceu.

No dia seguinte, soube que a gostosa havia se casado com um pagodeiro do momento. Passou o dia no sofá, estático, amargando seus sonhos verdes.

domingo, 12 de julho de 2009

Capítulo 16: Reinventando a escola

Hoje estou aqui pra falar de nós. Nós, seres na faixa dos trinta, que ainda moramos com os pais, que trabalhamos mas não conseguimos romper esse cordão umbilical - vulgo "dependência financeira". Nós somos academicamente educados, considerados cidadãos de classe média, mas com nosso salário só dá pra manter essa vidinha de classe média se gastarmos todo ele conosco - mais claramente falando, SÓ conosco, sem despesas de casa. Achamos que estamos novos demais pra algumas coisas, e que já passamos da idade pra tantas outras... Fechamos os olhos e imaginamos aquela vida que tínhamos certeza que seria a nossa aos 6, 7 anos: casados aos 25, com uma casa grande, dois carros na garagem, filhos e cachorros. Tudo bem que aos 6, 7 anos, nossa imaginação de vida de gente grande pode ser bem limitada, mas como fomos parar tão longe disso? No meio desse caminho acontece tanta coisa... Pra começar, a sexualidade. Quem disse que eu vou ser hetero? Quem disse que vou me casar? E se eu não quiser ter filhos? E se eu for gay um tempo e depois resolver ser mãe ou pai? E se meu grande amor não puder me acompanhar, o que me impede de esperar por ele até a próxima vida? Depois vem a casa grande. Gente, como ter uma casa grande hoje em dia se você não for médico, advogado - sem restrições -, empresário, filho de rico, concursado, celebridade... POLÍTICO? É claro que dá, é só ser o melhor naquilo que você faz. O melhor escritor, o melhor jornalista, um músico foda, um dj de renome, um professor que lança um livro ou inventa uma música ou participa de um programa de televisão e sai do anonimato, um WORKAHOLIC! Mas e se eu quiser participar de uma ONG, tenho que me tornar Angelina Jolie primeiro? E se eu quiser abdicar de todo esse luxo pra viver numa ecovila? E se eu tiver amor pela minha profissão e optar por um estilo de vida menos pomposo e mais agradável, será que vou conseguir sobreviver? Nós sofremos a pressão "a hora é essa", sabemos que esse é o momento de consolidarmos o primeiro ser adulto dentro de nós. Se a gente parasse pra pensar que esse é o PRIMEIRO adulto que vamos ser, a vida seria muito mais tranquila e divertida. Meu primeiro ser adulto é uma professora de inglês que quer morar em Nova Lima e gasta mais do que tem, sem medo de não ter porque sabe que é muito boa naquilo que faz, e vai ser sempre melhor por ADORAR A PROFISSÃO. É também uma aspirante a bailarina, que chega em casa com os pés destruídos e um sorriso no rosto por ter aceitado encarar esse desafio aos vinte e tantos. Meu primeiro ser adulto gostaria de cantar por aí, já escreveu letras de músicas, sonhou com algumas melodias e ficou cantarolando o nananã até aparecer algum violeiro paciente pra transformá-lo em canção; participava dos ensaios da dupla sertaneja da sua mãe com sua prima, e aos seis anos começou a cantar baixinho no ensaio e pensou "não é que eu sou afinada mesmo? será que alguém tá percebendo isso? que MÁXIMO!" Esse ser também é bipolar, acomodado, enfurecido e lunático, auto-pressionável e de ideologias duvidosas. Esse ser que vos fala um dia quis muito ser o sonho de alguém. Fui me decepcionando até descobrir que poderia me reinventar, que poderia me tornar um outro ser adulto: a garçonete e empacotadora de delivery, sem grana, com frio, a moradora de um homestay, amiga de italianos, franceses, escoceses, ingleses, paulistas e tchecos, a estudante de inglês, a menina que se entrega às pints e a muitas reflexões sobre si e sobre o mundo, que chora quando vê o quanto é egoísta, que ri e agradece por ser só uma criança, que se abre e não tem medo de falar a verdade, que sonha. Esse meu segundo ser adulto voltou recentemente a escrever, depois de concluir que escrever o que se pensa, sem firulas, é a alma do negócio. Sou um ser que entende o que é ESTAR nos sonhos de alguém, porque existem fantasias sexuais, com aquela mulher fatal, maravilhosa, e sonhos cor-de-rosa, com beijos apaixonados e mãos dadas na praça. Fico feliz por estar em ambos ;)

Capítulo 16: Reinventando a escola

Hoje estou aqui pra falar de nós. Nós, seres na faixa dos trinta, que ainda moramos com os pais, que trabalhamos mas não conseguimos romper esse cordão umbilical - vulgo "dependência financeira". Nós somos academicamente educados, considerados cidadãos de classe média, mas com nosso salário só dá pra manter essa vidinha de classe média se gastarmos todo ele conosco - mais claramente falando, SÓ conosco, sem despesas de casa. Achamos que estamos novos demais pra algumas coisas, e que já passamos da idade pra tantas outras... Fechamos os olhos e imaginamos aquela vida que tínhamos certeza que seria a nossa aos 6, 7 anos: casados aos 25, com uma casa grande, dois carros na garagem, filhos e cachorros. Tudo bem que aos 6, 7 anos, nossa imaginação de vida de gente grande pode ser bem limitada, mas como fomos parar tão longe disso? No meio desse caminho acontece tanta coisa... Pra começar, a sexualidade. Quem disse que eu vou ser hetero? Quem disse que vou me casar? E se eu não quiser ter filhos? E se eu for gay um tempo e depois resolver ser mãe ou pai? E se meu grande amor não puder me acompanhar, o que me impede de esperar por ele até a próxima vida? Depois vem a casa grande. Gente, como ter uma casa grande hoje em dia se você não for médico, advogado - sem restrições -, empresário, filho de rico, concursado, celebridade... POLÍTICO? É claro que dá, é só ser o melhor naquilo que você faz. O melhor escritor, o melhor jornalista, um músico foda, um dj de renome, um professor que lança um livro ou inventa uma música ou participa de um programa de televisão e sai do anonimato, um WORKAHOLIC! Mas e se eu quiser participar de uma ONG, tenho que me tornar Angelina Jolie primeiro? E se eu quiser abdicar de todo esse luxo pra viver numa ecovila? E se eu tiver amor pela minha profissão e optar por um estilo de vida menos pomposo e mais agradável, será que vou conseguir sobreviver? Nós sofremos a pressão "a hora é essa", sabemos que esse é o momento de consolidarmos o primeiro ser adulto dentro de nós. Se a gente parasse pra pensar que esse é o PRIMEIRO adulto que vamos ser, a vida seria muito mais tranquila e divertida. Meu primeiro ser adulto é uma professora de inglês que quer morar em Nova Lima e gasta mais do que tem, sem medo de não ter porque sabe que é muito boa naquilo que faz, e vai ser sempre melhor por ADORAR A PROFISSÃO. É também uma aspirante a bailarina, que chega em casa com os pés destruídos e um sorriso no rosto por ter aceitado encarar esse desafio aos vinte e tantos. Meu primeiro ser adulto gostaria de cantar por aí, já escreveu letras de músicas, sonhou com algumas melodias e ficou cantarolando o nananã até aparecer algum violeiro paciente pra transformá-lo em canção; participava dos ensaios da dupla sertaneja da sua mãe com sua prima, e aos seis anos começou a cantar baixinho no ensaio e pensou "não é que eu sou afinada mesmo? será que alguém tá percebendo isso? que MÁXIMO!" Esse ser também é bipolar, acomodado, enfurecido e lunático, auto-pressionável e de ideologias duvidosas. Esse ser que vos fala um dia quis muito ser o sonho de alguém. Fui me decepcionando até descobrir que poderia me reinventar, que poderia me tornar um outro ser adulto: a garçonete e empacotadora de delivery, sem grana, com frio, a moradora de um homestay, amiga de italianos, franceses, escoceses, ingleses, paulistas e tchecos, a estudante de inglês, a menina que se entrega às pints e a muitas reflexões sobre si e sobre o mundo, que chora quando vê o quanto é egoísta, que ri e agradece por ser só uma criança, que se abre e não tem medo de falar a verdade, que sonha. Esse meu segundo ser adulto voltou recentemente a escrever, depois de concluir que escrever o que se pensa, sem firulas, é a alma do negócio. Sou um ser que entende o que é ESTAR nos sonhos de alguém, porque existem fantasias sexuais, com aquela mulher fatal, maravilhosa, e sonhos cor-de-rosa, com beijos apaixonados e mãos dadas na praça. Fico feliz por estar em ambos ;)

sábado, 11 de julho de 2009

Bipolar

Everybody complains
que eu estou sumida
that I hardly ever
dou sinal de vida.
I've been working hard
but my friends don't care:
"Deixa de ser sumida,
vem tomar uma, mulher!"
E a vida me atropela
e os dias vão assim
"Will I ever find the time?
Will it always be a dream?"
Some friends are having babies,
Some babies já são crianças
E eu nessa tempestade
que nunca vira bonança
only see them em fotos
que guardo em minha lembrança.
Mas dentro do que é ruim,
tem sempre uma coisa boa:
when you, my dear friends
want to talk to me
sobre dia, local ou pessoa,
close your eyes
e digam a palavra mágica:
GARRASTAZU!
and I'll appear in flores,
sonhos, places of green and blue
sharing smiles and tears at this rendezvous...

I love vocês, queridos friends!!!

Bipolar

Everybody complains
que eu estou sumida
that I hardly ever
dou sinal de vida.
I've been working hard
but my friends don't care:
"Deixa de ser sumida,
vem tomar uma, mulher!"
E a vida me atropela
e os dias vão assim
"Will I ever find the time?
Will it always be a dream?"
Some friends are having babies,
Some babies já são crianças
E eu nessa tempestade
que nunca vira bonança
only see them em fotos
que guardo em minha lembrança.
Mas dentro do que é ruim,
tem sempre uma coisa boa:
when you, my dear friends
want to talk to me
sobre dia, local ou pessoa,
close your eyes
e digam a palavra mágica:
GARRASTAZU!
and I'll appear in flores,
sonhos, places of green and blue
sharing smiles and tears at this rendezvous...

I love vocês, queridos friends!!!

sexta-feira, 10 de julho de 2009

O abraço

Como é que pode?
Você mora lá
e eu moro aqui;
você é sábio
eu só me atrapalho.
Eu como
você cozinha
Eu choro
você se irrita
eu danço
você não sabe
parece uma árvore
um poste com carne...
eu sempre vou
você sempre fica
eu falo
e você me xinga
eu gosto de você assim
você gosta de você assim
o meu jeito te incomoda
as minhas verdades te confundem
o meu impulso te desconcerta
minha franqueza te desmonta
Você é o que sabe
é o que entende
o que não chora
que não se vende
quer fazer dinheiro
e ter uma ONG
é o que faz melhor
e nunca sabe o que fazer!
Eu sou melancólica
você é confuso
Eu quero lembrar
você quer esquecer
Eu falo A
e você fala Z!...
E mesmo assim
um dia, por um momento
de repente nos entendemos.
Sem pressa, sem hora, sem por quê
No silêncio daquele instante
nos dissemos tanto,
dissemos tudo
e ficamos assim
ficamos ali,
sem tempo nem espaço
imóveis,
unidos por um abraço...

O abraço

Como é que pode?
Você mora lá
e eu moro aqui;
você é sábio
eu só me atrapalho.
Eu como
você cozinha
Eu choro
você se irrita
eu danço
você não sabe
parece uma árvore
um poste com carne...
eu sempre vou
você sempre fica
eu falo
e você me xinga
eu gosto de você assim
você gosta de você assim
o meu jeito te incomoda
as minhas verdades te confundem
o meu impulso te desconcerta
minha franqueza te desmonta
Você é o que sabe
é o que entende
o que não chora
que não se vende
quer fazer dinheiro
e ter uma ONG
é o que faz melhor
e nunca sabe o que fazer!
Eu sou melancólica
você é confuso
Eu quero lembrar
você quer esquecer
Eu falo A
e você fala Z!...
E mesmo assim
um dia, por um momento
de repente nos entendemos.
Sem pressa, sem hora, sem por quê
No silêncio daquele instante
nos dissemos tanto,
dissemos tudo
e ficamos assim
ficamos ali,
sem tempo nem espaço
imóveis,
unidos por um abraço...

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Garrastazu

Esses dias eu fiquei pensando em como temos necessidade de expor nossas vidas, nossos sentimentos, nossas dúvidas e nossos medos. Minha irmã não só se abriu para um desconhecido em uma mesa de bar, como publicou isso. A gente faz esse tipo de coisa o tempo todo, conta nossa vida inteira pra alguém e depois tem a cara-de-pau de dizer "Ah, mas o Fulano é de confiança, a Beltrana é minha amiga íntima. MENTIRA! É a língua que parece que tem formiga. Tem gente que até toma umas pra justificar depois, já sabendo que vai ser repreendido por ter falado mais que a boca. Tem aquela de "quem tem boca vai a Roma", mas quem tem boca também se afoga no mar, toma porrada e vai parar no hospital, porque, afinal, podem sair cobras e lagartos dessa boquinha santa, né mes? Agora já existe até desabafo virtual - se a pessoa está longe, a gente simplesmente manda um email gigantesco pra ela tentando lembrar com detalhes todas as nossas velhas e novas peripécias. E se ninguém responde, a gente vai mais além: CRIA UM BLOG pra lavar a roupa em praça pública, até alguém resolver acender um cigarrinho, puxar um banquinho e prestar atenção nas nossas confissões universais. Conversei isso com um amigo meu muito sábio, de codinome assaz interessante, e ele me disse que é uma bobagem ter essa preocupação, porque se a vida de todo mundo é igual, qual é o problema em contar a sua? Nada do que você disser há de causar qualquer tipo de surpresa, porque com certeza alguém já passou por isso antes de você, e toda a torcida do Galo (gente pra carvalho) vai se identificar com seu fantástico mundo de Bobby, que você achava que era tão seu... É... quem sabe é isso mesmo? Pode ser, né?
NÃO PODE, NADA!!! NÃO PODE, NÃO, NADA DISSO!!! Que isso, a minha vida é minha, uai, só minha, e tuuuuuudo que acontece nela é diferente - mesmo que as raízes das questões possam ser as mesmas, a frutinha que nasce no meu pé é bem diferente da sua, viu? Analista pode até ajudar, mas da sua frutinha quem sabe é você, e é você quem tem que descobrir se come, se dá pra alguém, se espera apodrecer e joga fora ou se espera apodrecer pra jogar em alguém. Nesse meio-tempo, a gente se joga e depois recolhe os caquinhos; anda pé-ante-pé até o quarto da irmã só pra acender a luz e gritar bem alto; aproveita os piques de luz e realiza atividades ilícitas no escuro... a gente vai andando na corda bamba e pensando que se cair, fazer o quê? E assim caminhamos, e jogamos esse balde de roupa suja nas costas de um desconhecido, ou de um conhecido, ou de Deus, pra dar conta desse bate-e-sopra. Ainda bem que as minhas mentiras e verdades estão bem escondidas, dentro do meu garrastazu...
* Nota: No livro de Nelson Motta sobre Tim Maia, o autor menciona que garrastazu era a palavra utilizada pelo doidão pra definir os esconderijos que arrumava em casas de show e lugares em que fosse tocar, onde ele podia fumar todos os bauretes do mundo sem ser incomodado pela polícia. Melhor que isso só o "Sexy People"!

Garrastazu

Esses dias eu fiquei pensando em como temos necessidade de expor nossas vidas, nossos sentimentos, nossas dúvidas e nossos medos. Minha irmã não só se abriu para um desconhecido em uma mesa de bar, como publicou isso. A gente faz esse tipo de coisa o tempo todo, conta nossa vida inteira pra alguém e depois tem a cara-de-pau de dizer "Ah, mas o Fulano é de confiança, a Beltrana é minha amiga íntima. MENTIRA! É a língua que parece que tem formiga. Tem gente que até toma umas pra justificar depois, já sabendo que vai ser repreendido por ter falado mais que a boca. Tem aquela de "quem tem boca vai a Roma", mas quem tem boca também se afoga no mar, toma porrada e vai parar no hospital, porque, afinal, podem sair cobras e lagartos dessa boquinha santa, né mes? Agora já existe até desabafo virtual - se a pessoa está longe, a gente simplesmente manda um email gigantesco pra ela tentando lembrar com detalhes todas as nossas velhas e novas peripécias. E se ninguém responde, a gente vai mais além: CRIA UM BLOG pra lavar a roupa em praça pública, até alguém resolver acender um cigarrinho, puxar um banquinho e prestar atenção nas nossas confissões universais. Conversei isso com um amigo meu muito sábio, de codinome assaz interessante, e ele me disse que é uma bobagem ter essa preocupação, porque se a vida de todo mundo é igual, qual é o problema em contar a sua? Nada do que você disser há de causar qualquer tipo de surpresa, porque com certeza alguém já passou por isso antes de você, e toda a torcida do Galo (gente pra carvalho) vai se identificar com seu fantástico mundo de Bobby, que você achava que era tão seu... É... quem sabe é isso mesmo? Pode ser, né?
NÃO PODE, NADA!!! NÃO PODE, NÃO, NADA DISSO!!! Que isso, a minha vida é minha, uai, só minha, e tuuuuuudo que acontece nela é diferente - mesmo que as raízes das questões possam ser as mesmas, a frutinha que nasce no meu pé é bem diferente da sua, viu? Analista pode até ajudar, mas da sua frutinha quem sabe é você, e é você quem tem que descobrir se come, se dá pra alguém, se espera apodrecer e joga fora ou se espera apodrecer pra jogar em alguém. Nesse meio-tempo, a gente se joga e depois recolhe os caquinhos; anda pé-ante-pé até o quarto da irmã só pra acender a luz e gritar bem alto; aproveita os piques de luz e realiza atividades ilícitas no escuro... a gente vai andando na corda bamba e pensando que se cair, fazer o quê? E assim caminhamos, e jogamos esse balde de roupa suja nas costas de um desconhecido, ou de um conhecido, ou de Deus, pra dar conta desse bate-e-sopra. Ainda bem que as minhas mentiras e verdades estão bem escondidas, dentro do meu garrastazu...
* Nota: No livro de Nelson Motta sobre Tim Maia, o autor menciona que garrastazu era a palavra utilizada pelo doidão pra definir os esconderijos que arrumava em casas de show e lugares em que fosse tocar, onde ele podia fumar todos os bauretes do mundo sem ser incomodado pela polícia. Melhor que isso só o "Sexy People"!

domingo, 5 de julho de 2009

Last call

I wish there was something else
we could do with our lives.
Sometimes I start thinking
of all the possibilities that may lie
ahead of us
and I just can't figure
how to get there
how to grab one of them at the very least...
Someone once said
that we've been made of the same
substance of our dreams;
it's such food for thought which drives me out there,
in the dark
and I try to find deep inside
the reason why I simply
can't see where to go
when to stop or how to change!
The sky turns grey
the clouds smile
and tell me that it's still day
that the sun is inside of me
So why is it
that I try, that I cry
that I fly and sob and run away
and don't even know
what to see?
Tell me what YOU see;
tell me if in your dreams
you find happiness, you're complete
show me how it goes
draw a picture, sing a song
but don't let me die
while I'm still
breathing...

Last call

I wish there was something else
we could do with our lives.
Sometimes I start thinking
of all the possibilities that may lie
ahead of us
and I just can't figure
how to get there
how to grab one of them at the very least...
Someone once said
that we've been made of the same
substance of our dreams;
it's such food for thought which drives me out there,
in the dark
and I try to find deep inside
the reason why I simply
can't see where to go
when to stop or how to change!
The sky turns grey
the clouds smile
and tell me that it's still day
that the sun is inside of me
So why is it
that I try, that I cry
that I fly and sob and run away
and don't even know
what to see?
Tell me what YOU see;
tell me if in your dreams
you find happiness, you're complete
show me how it goes
draw a picture, sing a song
but don't let me die
while I'm still
breathing...

sábado, 4 de julho de 2009

The road taken

Por que é que a nossa vida sempre chega naquele estágio igualzinho a uma prova de múltipla escolha? Existem quatro alternativas - a, b, c e d. Dentre elas, uma é sempre obviamente errada; a outra não é tão óbvia, mas com um pouco de conhecimento, a gente sabe que ela deve ser eliminada. Restam sempre duas. Duas possibilidades, dois caminhos, duas realidades. Cada uma leva a um destino diferente, e só uma delas está certa, só uma - e não sabemos qual. Pesamos, analisamos, ponderamos, imaginamos o resultado de cada uma dessas escolhas, e mesmo assim não dá pra ter certeza do que fazer. Finalmente, depois de quebrar muito a cabeça, a gente opta por uma delas, com receio e esperança, e marca um x pra consolidar a decisão. Dá aquele nó na garganta, aquela preocupação, mas a gente tem que decidir, uai! E a gente decide. E pensa naquela outra alternativa que ficou pra trás. Aí a gente volta, analisa de novo, pensa de novo, tudo de novo, apaga aquele x e escolhe a outra resposta, aos quarenta e oito do segundo tempo. No susto. E descobre que ela estava errada. Dá aquela sensação de que entramos na rua errada - em Brasília! -, e aí o retorno demora, temos que andar uma vida, ir de um lado a outro da cidade pra tentar voltar, andando na direção contrária, vendo pela janela o nosso destino se tornar um pontinho bem distante. Quando finalmente encontramos o retorno, já é tarde e não há mais nada a se fazer... Putz, a vida bem que podia ser mais fácil... humpf!

The road taken

Por que é que a nossa vida sempre chega naquele estágio igualzinho a uma prova de múltipla escolha? Existem quatro alternativas - a, b, c e d. Dentre elas, uma é sempre obviamente errada; a outra não é tão óbvia, mas com um pouco de conhecimento, a gente sabe que ela deve ser eliminada. Restam sempre duas. Duas possibilidades, dois caminhos, duas realidades. Cada uma leva a um destino diferente, e só uma delas está certa, só uma - e não sabemos qual. Pesamos, analisamos, ponderamos, imaginamos o resultado de cada uma dessas escolhas, e mesmo assim não dá pra ter certeza do que fazer. Finalmente, depois de quebrar muito a cabeça, a gente opta por uma delas, com receio e esperança, e marca um x pra consolidar a decisão. Dá aquele nó na garganta, aquela preocupação, mas a gente tem que decidir, uai! E a gente decide. E pensa naquela outra alternativa que ficou pra trás. Aí a gente volta, analisa de novo, pensa de novo, tudo de novo, apaga aquele x e escolhe a outra resposta, aos quarenta e oito do segundo tempo. No susto. E descobre que ela estava errada. Dá aquela sensação de que entramos na rua errada - em Brasília! -, e aí o retorno demora, temos que andar uma vida, ir de um lado a outro da cidade pra tentar voltar, andando na direção contrária, vendo pela janela o nosso destino se tornar um pontinho bem distante. Quando finalmente encontramos o retorno, já é tarde e não há mais nada a se fazer... Putz, a vida bem que podia ser mais fácil... humpf!

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Daydreaming

Hoje acordei com uma vontade doida de sonhar!...
Sonhar com outros planetas, com seres de longe,
com as fases da Lua, com as cores do céu, com o pôr do sol,
com o sol, com o quentinho do sol, com as nuvens
bem fofinhas e macias recebendo o quentinho do sol...
hum... o quentinho do sol... as nuvens fofinhas e macias...
meu travesseirinho... no quentinho... da minha...
caminh... hum... huuuum... huuuuummm...
zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz
zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz

Daydreaming

Hoje acordei com uma vontade doida de sonhar!...
Sonhar com outros planetas, com seres de longe,
com as fases da Lua, com as cores do céu, com o pôr do sol,
com o sol, com o quentinho do sol, com as nuvens
bem fofinhas e macias recebendo o quentinho do sol...
hum... o quentinho do sol... as nuvens fofinhas e macias...
meu travesseirinho... no quentinho... da minha...
caminh... hum... huuuum... huuuuummm...
zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz
zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz