domingo, 4 de julho de 2010

Gangorra




Uma vez perguntei a um conhecido o que era mais fácil, ser legal ou grosseiro com os outros. Certamente havia feito essa pergunta com base no seu comportamento no mínimo oscilante para com os demais. Sem pestanejar, o camarada respondeu que pra ele não fazia a menor diferença. Entendi que ele sentia a mesma coisa sendo agradável ou escroto - ou seja, nada. Nem um friozinho na barriga, nem uma gagueira temporária, nem uma sensação de ter as bochechas queimando. Me dói tanto o estômago quando preciso dar uma dura que tenho a plena convicção de sentir mais que o sujeito "réu". Já engoli uma boa meia dúzia de sapos por conta desse meu problema, e talvez até por isso acredite piamente que essa seja a única forma de ensinarmos algo valioso a alguém e reestabelecermos a paz conosco. Fazer uma cena então, bufando em silêncio, olhando pra outro lugar que não a pessoa, isso sem dúvida me mataria de infarto fulminante, porque além de não resolver o problema - já que eu estou tão ocupada ficando puta que não consigo argumentar - gera um mal estar danado. Mas somos humanos, quem disse que é fácil elevar o espírito e ter qualquer tipo de clareza nessa hora? É chato ser grosseiro, mas pior ainda é estar errado. O errado não argumenta - o errado já estava errado, já é errado. O errado escuta calado, choro mexendo na garganta como um refluxo. O errado já assinou duas advertências, está a um passo da porta da rua, e por isso ele se martiriza. Troca o acerto pelo martírio, e erra de novo. O errado é obrigado a receber todas as reações humanas de desgosto pelo seu erro, das mais veladas às mais objetivas, passando pelas grosseiras - sem se manifestar, ele engole todas elas e volta ao trabalho. O errado já errou tanto que não tem o que dizer; suas desculpas são só desculpas. Ainda assim, existem os que mais uma vez estendem a mão àquela pessoa notoriamente errada, naturalmente com condições e limite de tolerância. Regras para a "vítima" da anarquia - não há nada mais importante. Isso se chama tentativa.

2 comentários:

  1. Compromisso é a forma, pública ou não, de voluntariamente se vincular ou assumir uma obrigação com alguém, com algum objetivo ou causa. Há diversos tipos de compromissos: compromisso religioso, compromisso amoroso, compromisso de negócios, etc. Ter um compromisso, é marcar uma data, reunião, ter uma ligação, acordo firmado. Promessas solenes; contrato; dívida com prazo marcado; acordo político; convenção. Espanhol- compromiso; Inglês- não é compromise, que seria um falso cognato, a palavra certa em Inglês é commitment. A palavra deriva de "promessa", ou seja, "com promessa". Quer dizer que quando há um compromisso há uma promessa e no popular se diz que promessa não se quebra. Portanto; compromisso é uma responsabilidade adquirida de forma verbal ou escrita que nos faz responsáveis por algo, perante essa afirmação (verbal ou escrita), feita por nós mesmos; sendo isso o compromisso. Quem se compromete e não cumpre é um irresponsável. Quem se compromete e cumpre é responsável e chama a atenção alheia por ser capaz de manter sua posição a realizar o acordado.

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  2. Uau! Concordo!
    Ass: Irresponsável (posso acrescentar também vil, sem noção, nociva e mau-caráter?)

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