terça-feira, 1 de junho de 2010

Bumerangue

A nossa mudança é em espiral; a gente muda hoje... e volta amanhã. Como aquela roupa que a gente passa, passa, e continua amassada. Aquela mecha do cabelo que a gente seca pra um lado, prende, e atrevida de tão auto-suficiente, decide que hoje está a fim de ficar do outro. A coisa mais difícil do mundo é sustentar uma opinião. É lindo dizer que defendemos nossas crenças, é magnífico lutar pelo que acreditamos. Mas no que mesmo a gente acredita? Hoje em coisa alguma, amanhã em alguma coisa. Um dia que dinheiro traz felicidade, no outro que ele ajuda, na hora do aperto que a saúde é o mais importante. Viajar ou ficar, esperar ou agir... Misturamos o certo com o duvidoso sabendo que de certo e duvidoso nossa vida não tem nada. Olho pro céu e imploro por um sinal. Olho pra mim e vejo um mundo de possibilidades. Agarro-me a ele como a um cabo de guerra, e fico girando entre minha percepção das coisas e a forma como elas realmente acontecem. Bom seria se esse espiral fosse igualzinho, frente e verso - aí não haveria lugar-comum em lugar nenhum desse universo...

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