domingo, 21 de junho de 2009

Não sou romântica

Por que é que as mulheres tendem a ser tão românticas? Isso é simplesmente patético. Acham bonito gritar "Eu sou de ninguém", "I'm free to do what I want", ficam histéricas pra ver quem canta mais alto ou gesticula de forma mais intensa, fazem caras e bocas pseudo-despretensiosas e minuciosamente calculadas durante a exposição de suas figuras. Julgam que a todo momento surge uma pessoa interessante e sentem-se lisonjeadas com um galanteio, mesmo o mais cafa, o mais pedreiro. Pegam uma carona com algum guru de auto-ajuda e acreditam que até o pernilongo que as persegue todas as noites tem uma única obsessão: deslizar por sua carne, sugar sua sensualidade noturna, morder partes do seu corpo que são propriedade privada. Propriedade? Privada? Mas elas disseram que não são de ninguém... Na verdade, as feministas de plantão se vangloriam de sua vida adulta, sua maturidade, seu status de bem-resolvidas, seu livre-arbítrio sexual... mas trancam a porta do banheiro e ficam cantarolando "porque eu só faço com você, só quero com você, só gosto com você". Aí o ativismo dá lugar a imagens involuntárias, e cheiros e barulhos e mãos e bocas parecem tão próximos, e a vontade bate fundo e sussura viva, até o acordar do dia seguinte. Vontade de se despir, peça por peça, de mostrar o que gera tanto desejo, de sentir o calor DAQUELA pele sobre a sua, cada pêlo, cada dente, cada perna. Os corpos, as palavras, o calor que vem de dentro e explode devagar, o toque que alucina, o beijo que amolece, o gozo que liberta, o sono que consuma a cumplicidade e o afeto. A cada piscar de olhos, uma lembrança. Os beijos ardentes no portão, cheios de contato e calor, o sexo, o filme, o amor gostoso no final da tarde, de cabeça pra baixo, o sentimento de todos os dias. Esse prazer que dá um frio na espinha, que permanece nos sonhos e nas miragens, esse é o prazer que traz às mulheres a liberdade plena e absoluta - liberdade para estar com quem se ama, e dançar, e tirar a roupa, longe, perto, no chuveiro ou no telefone. Elas são livres para viverem um grande amor com AQUELE namorado: lindo, fiel, gentil e tarado. Isso é romântico? Ah, por favor, o romantismo é patético... ;)

2 comentários:

  1. amei o texto, o blog, a forma de "ver" as coisas.
    :) eba!

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  2. Bem vinda, mocinha! Apareça quando quiser, será sempre um prazer...

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