terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Capítulo 4 - Agooooora siiiiiiiimmm!

Ei, gente!Agora finalmente estou pegando o jeito das coisas! Estou andando de metrô sozinha, e descobri como os ônibus funcionam. Depois que vc entende isso, tudo melhora, impressionante. Os parques aqui são lindos, fica todo mundo sentado na grama lendo, conversando, namorando... Uma novidade boa: se tudo der certo, começo a trabalhar na semana que vem em uma loja. O lugar é bem central e perto do metrô, então fica fácil ir embora depois. Tomara! Gente, tô chocada com os preços das roupas aqui, Deus me ajude! Pra comecar, a Zara aqui não é nem uma C&A, é tipo uma Marisa: roupas de 2,3,4,10 libras por um casaco! Calças de brim por 8 libras, SURREAL!!! Tô me segurando bastante - só quando eu ganhar em libras é que vai começar a cair a ficha, e aí ninguém segura esse bebê, hehehe... Tem umas coisas muito legais aqui, bem diferentes, em se tratando de roupas e acessórios, e é lógico que também tem coisas caríssimas, mas a maioria é de boa qualidade e bons preços (principalmente pra quem mora aqui). Com isso estou com uma pergunta que não quer calar: por que as inglesas são tão bregas? Pode estar o frio que for, que quanto menor e mais apertada for a roupa, melhor é pra elas. E a maquiagem, gente, inacreditável... Os sapatos são meio carinhos, mas cada um!!! Amei a Oxford Street - é uma rua basicamente de roupas, sapatos e acessórios, enorme, que tem desde os mais caros aos mais baratos. Tem que andar bastante aqui pra não dar bobeira. Camden Town, como já tinha me dito meu amigo Leo Veiga, é a minha cara!!!

Agora estou começando a conhecer os pubs de inglês, porque os de turista são ridículos. Um conselho: se vcs vierem aqui, não vão ao Walkabout – só vão se forem tomar uma rápida ou assistir futebol, porque no final da semana fica uma farofa gringa que dá medo... É um bar – uma cadeia de bares, tipo o Amarelinho – de australianos e eles são bem grosseiros. Além disso, o bar nem é legal. Um dos eventos da escola é o karaokê do Walkabout Finchley Road, às quintas. Fui empolgada com minhas roomates – aliás, Katerina ficou pra trás porque tem 17 – achando que ia cantar muito e que ia ser o máximo. Nem precisa dizer que só tinha Britneys e Justins pulando e fazendo coreografias de dar inveja a qualquer macaco com hemorróida. Como se não bastasse, comprei uma pint – gente, quase uma garrafa de cerveja – e dois minutos depois um gorila gigantesco começou a querer me colocar pra fora. Como vocês devem saber, é proibido tomar qualquer bebida alcoólica na rua, e com isso eu disse que se tinham me vendido uma bebida lá dentro há um minuto, eu teria que poder tomá-la até acabar. Que isso, o gorila sem cérebro foi me EMPURRANDO para a porta, dizendo que eles estavam fechando e que ele não estava nem aí se eu estava bebendo ou não. Ou seja: não dêem dinheiro pra macaco, eles não sabem o que fazer com ele – em outras palavras, nunca vão a esse lugar!

Tô me achando aqui, tomando Guinness no boteco da esquina! O curso aos poucos tá ficando melhor, e todo dia tem caminhadas com os professores pra algum parque ou lugar mais tradicional nos arredores. Tem um cartão chamado Oyster que funciona em toda a cidade, e pagando semanalmente ou mensalmente - ou acho que até diariamente - você anda de metrô nas suas zonas de preferência e de ônibus pra todo lado. Essa é uma boa dica pra quem vier pra cá – vá até uma estação de metrô e compre o seu. Outra dica importantíssima: façam amizade com ingleses: além de o inglês deles ser perfeito (por que será?), eles vão te aplicar na boa e velha Londres. Já apareceram três lugares pra eu morar a partir de setembro e tô analisando as opções, principalmente porque a galera conta bastante.

Comecei a descobrir que aqui é um lugar muito legal porque, basicamente, se você fala inglês, você não precisa de ninguém pra te acompanhar a lugar nenhum! Dá uma sensação de independência incrível simplesmente pegar o metrõ, escolher uma estação, descer lá e começar a andar, achar um filme legal no cinema, entrar e assistir, sentar num parque pra ler, pegar um ônibus só pra tirar foto do segundo andar, entrar numa loja e fazer mil perguntas - os ingleses são meio chatos, mas a galera de outras nacionalidades, maioria absoluta aliás, é muito receptiva – principalmente os indianos e paquistaneses. Outra coisa ótima é que, como a cidade é enorme, sempre vai ter um lugar onde vc nunca foi. Caminhar aqui é otimo, porque os lugares são tão bonitos que a gente nem vê que está andando, e para melhorar ainda mais, a cidade é praticamente toda plana. Mas cuidado: andar de bicicleta, só se for mto experiente, não tiver medo de morrer ou no próprio bairro, em parques ou lugares do tipo, porque os ingleses são frenéticos no trãnsito – tipo a gente mesmo – , e o trânsito aqui é muito confuso. Eu que sou uma pessoa super corajosa e exímia ciclista, só de ver aquelas bicicletinhas disputando espaço com um double-decker bus, motos e carros em ruas que são quase tão estreitas quanto às de Ouro Preto, rezo para a padroeira dos bicicleteiros todos os dias.

O pessoal aqui em geral está sempre correndo, engolindo um sanduíche no metrô e correndo, correndo, exatamente como o coelho branco de Alice, olhando os relógios e nunca, jamais, pra outras pessoas. Inclusive, existe uma política aqui de que todo mundo deve ficar do lado direito da escada rolante, porque o lado esquerdo é pra quem quer ir mais rápido. Essa escada aliás é surreal, parece que vc tá entrando num túnel de um filme de ficção científica, umas quatro escadas com a galera correndo no meio, altasso, e sempre rolando um show ao vivo lá em baixo. Tem muita gente que canta no metrô. Sinceramente, se vendessem cerveja e tivesse banheiro, ficaria lá mesmo, porque os shows são geralmente bons.

Rolou festa de encerramento das olimpíadas na Trafalgar Square com fogos, telão, desfile, um show meio esquisito – sempre vão existir os fãs dessas coisas cult de gente seminua dançando de uma forma estranha com uma música tipo Bjork ao fundo -, no mínimo divertido. Ontem teve jogo de futebol aqui e pela primeira vez vi os Hooligans – ou o que restou deles. Eles começam a beber cedo, nem dá pra tentar acompanhar - até porque pensar no preço de uma pint em reais dá dor de cabeça... Como já dizia minha amiga Camilex, “quem converte não diverte!” Vamos ver por quanto tempo vou conseguir me divertir...

Um grande beijo e hasta lo próximo capítulo (portunhol rules!!!)

Errata: A Zara é a Zara mesmo, mas estava em liquidação, e liquidação aqui é de verdade, não como as do Brasil, em que as lojas colocam os preços originais como se estivessem com desconto e aumentam os que seriam os antigos pra gente achar que tem promoção. Ai, Brasil!

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