sábado, 9 de junho de 2012

Dia 315

Ouvir essa música enquanto olho para as montanhas bronzeadas pelo sol das treze horas é como fazer uma prece e ver o céu se transformando ao longe, formando um par de asas que penso receber de presente. O horizonte se estende à minha frente como uma colcha macia, e acolhe meus olhos cansados de tantas cores, tantas letras. O sol entra pela janela e banha meus pés outrora inseguros. Penso nas religiões como armas apaziguadoras, penso nas preces como dardos lançados aos céus, ávidos por cravar seus dentes em algum sopro de resposta. Esse momento, porém, me exime de pensar, sofrer, existir com medo, júbilo ou propósito. O melhor de mim se conecta ao céu azul enquanto meus pés ficam quentes e dão de comer às minhas pernas e tronco e braços - o vento enrubesce meu rosto e me fala aos ouvidos, mas não posso ouvi-lo. Ouço uma música que esquenta meu peito aberto, e traz consigo um par de asas cheias de estrelas. The answer is growing up beside me.

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