domingo, 31 de maio de 2009

Capítulo 15: Os homens

Gente, senti que tinha que dividir com vocês algumas impressões importantes, até mesmo para que vocês me ajudem a entender se o problema é meu ou nosso...
Como vocês sabem, em Londres há todo o tipo de pessoas, de todos os lugares do mundo - todos mesmo, impressionante -, o que significa que de leigo a antropólogo, todo mundo faz a festa em se tratando de sacar o outro. Como convivi com alguns caras bem diferentes, acabei percebendo alguns traços marcantes de acordo com a nacionalidade, e tentarei (na cara de pau mesmo, de forma xula, grosseira e tendo como base menos de meia dúzia de pessoas de cada país para ilustrar) descrevê-los pra que vocês tenham uma idéia.
Os italianos têm um estilo romântico meio cafa, daqueles que têm namorada e te amam, que dão o braço para que duas moças dependurem simultaneamente, que mandam beijos pelos corredores e não abrem mão de uma peça sequer da sua coleção de suspiros. Todas as mulheres são lindas, e com isso eles acabam se tornando bastante populares. Os franceses acham que toda mulher é puta até que se prove o contrário. São muito críticos e exigem muito da figura feminina: a mulher tem que ser linda, lânguida, esbelta, ter classe, falar de um jeito, comer de um jeito, ser inteligente, moderna, natural... enfim, eles querem um cara que nem eles e têm vergonha de admitir. (Só um parêntese: um amigo meu há muitos anos me disse na escola que tinha descoberto a teoria para explicar porque os caras mais bonitos e interessantes eram gays - simplesmente porque eles se olhavam no espelho e não queriam ninguém abaixo daquela referência! Pensando nos franceses, acho que faz sentido...). Os alemães e russos são de maneira geral tímidos, e são muito prestativos, observadores e interessados no seu assunto para demonstrar que você é interessante. Têm uns que ficam olhando fixamente, mas de um jeito meio puro, quase como se achassem que ninguém mais está vendo. Os espanhóis procuram a mulher com os olhos, propositalmente, e quando os olhos se encontram, é como se eles tirassem a roupa da pessoa só com o olhar. Chocante - quando eu vi isso entendi a expressão "comer alguém com os olhos". Aí eles olham (o único olhar quente que eu já vi, literalmente), a pessoa treme, e quando eles percebem isso, vão embora ou se apresentam amigavelmente, trocam meia dúzia de palavras agradáveis e saem de campo - se realmente estiverem interessados, eles acabam achando uma forma de reencontrar a pessoa e seguem esse ritual outras vezes, até a mulher ficar mole e cair certinho nos braços deles. Os ingleses são meio secos, não elogiam, não cantam, não se declaram, e se você gostar de um tem que fazer tudo, desde "oi, tudo bem" até "me dá seu telefone pra gente sair". O bom é que parece que se eles estão interessados, essa investida geralmente dá certo. Uma coisa que me incomodou foi perceber que socializar não faz diferença pra eles. Se você também não falar nada, eles vão embora e pronto. O pessoal do Sri Lanka é brincalhão entre si, mas eles não se abrem para pessoas diferentes de uma forma geral, principalmente se a pessoa for mulher. Não conheço a cultura deles, mas vi que eles levam o casamento super a sério (não olham pro lado mesmo), diferente dos argelianos, que são até meio parecidos com a gente - mais calorosos, mais receptivos, querem ajudar e até falam para pessoas próximas que se não fossem casados, você seria o tipo de garota com quem sairiam (o que mostra que são bem metidos também, nem pensam na possibilidade de você não querer sair com eles). Os indianos fazem muita piadinha, mas só se relacionam com pessoas indianas. Eles preservam a tradição a todo custo, e acho que deve ser assim em qualquer lugar do mundo. Fui a uma festa indiana e vi que as panelinhas são bem fechadas. Os paquistaneses andam cheios de ouro, até pra ir à padaria. São muito vaidosos e puxam papo de leve, mas também têm uma tradição muito forte a seguir, e, como os indianos, devem se casar com pessoas do círculo deles. Os coreanos são péssimos, parece que foram tirados de um mangá ou de um episódio do Jaspion - bem magrelinhos, cabelinho estilo emo, com roupas e acessórios brilhantes e bem coloridos, mochila verde limão, tênis rosa choque, esse tipo de coisa. Os búlgaros são super híper mega carinhosos, atenciosos e receptivos. Tornam-se seus amigos porque você é legal e pronto, sem frescura, afetação ou segundas intenções. Se você fica doente, são os primeiros a procurar saber como você está indo. São sorridentes e bem divertidos. Os poloneses chegam junto, gostam de jogar e fazem piadinhas até a pessoa ficar sem graça, mas apelam facilmente se você resolve jogar com eles e devolver as piadinhas. Se não sabe brincar, saia já do parquinho, né não? Os irlandeses enchem a lata e já vêm querendo tirar uma casquinha, os portugueses são pós-doutores na arte da malandragem e os suíços não rendem assunto.
Depois de todo esse apanhado, vêm os brasileiros - muito mais especificamente os belo-horizontinos. GENTE, COMO ASSIM? OS CARAS DE BH SIMPLESMENTE SE ACHAM!!! Como Deus pôde colocar as mulheres mais bonitas do Brasil juntas numa cidade com menos da metade do número de homens? Olha a seleção natural de Darwin dando o grito! Que isso, os caras aqui tão tirando uma onda que não dá pra acreditar. Se são legais, são feinhos; se são malhados, são ocos; se são gatos, são ordinários e/ou não têm perspectiva alguma; se são inteligentes, são feios e/ou chatos; se são divertidos, viram nossos amigos; se são bonitos, legais e inteligentes, SÃO GAYS! É incrível o tanto de mulheres interessantes, batalhadoras, lindas, inteligentes e auto-confiantes que ou se agarram ao "antes só do que mal acompanhada" enquanto podem ou saem à noite e terminam nos braços de um figura desses só pra não ficar no zero a zero. Não é à toa que a mulher belo-horizontina tá virando o homem da relação - como esperar pra ser a mulher de uma relação em que o homem fala em almas gêmeas (uns mandam até flores) só pra afogar o ganso, tirar ele da água e ir nadar em outro laguinho? O número de lésbicas também tem aumentado, e elas devem estar bem felizes... Só queria deixar claro que a culpa do estado do mercado masculino atual é total e completamente das mulheres de BH. Se elas não apelassem tanto, os homens seriam compelidos a adquirir um pouco mais de substância. Com uma mulher que parece sempre ter sonhado em ser a outra, uma pra pagar a conta do motel, uma pra ligar avisando que está na porta sem roupa de baixo, uma pra sequestrar na porta do trabalho e devolver só depois de estudar todas as páginas do Kama Sutra, uma pra qualquer hora e em qualquer lugar, todas saradas, lindas e bem-resolvidas, no auê "eu não tô fazendo nada, você também", sem pressão... ah, até eu que sou mais boba, uai! Toma tento, mulherada, senão os árabes vão ter que abrir uns cursinhos aqui pra ensinar poligamia!
PS: Os fatos acima descritos são de caráter ficcional e se destinam unicamente a fins de entretenimento. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

5 comentários:

  1. hahahahaha exato.
    Foi isso que agente conversou aquele dia no barzinho, né!
    Sobre as nacionalidades, não conheço pessoas de todos esses paises, mas pelo oque sei deles, era exatamente isso que eu pensava! hahaha
    bjao

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  2. rarará adorei. adorei as descrições, o desabafo, acho que vc tá plena de razão qto a BH (tentei me enquadrar naquela tabelinha sua, viu?, rsrs). aqui, cê sabe que eu sinto isso tb em relação às mulheres? tá cheio, de tudo qto é lado, de tudo qto é jeito, mas o trigo é muito pequeno em relação ao joio. c'est la vie. continuemos na prospecção. uma hora a gente acha uma pepita. ó: vc escreve muito bem.
    bjão

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  3. que bom que vc acha, porque puxação de saco à parte, gosto muito de como você escreve e fico feliz em te divertir! tô adorando acompanhar o seu blog porque sempre gosto de ler suas impressões da terra, que me dizem tanto...um beijo!

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  4. achei foda!!! muito bom!!!!
    ass: erikinha

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