quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Dentro de um livro

Se eu tivesse lido aquele livro com outros olhos... talvez toda a minha vida fosse diferente agora. Tem tanta coisa que a gente deixa de pensar quando acha que a cabeça já está cheia demais! As mudanças acabam sendo mais subjetivas do que necessárias, e isso me dá medo, a ponto de eu armar-me até os dentes contra um inimigo que jaz bem no fundo dos meus olhos. Preciso compensar esse medo com outra coisa, não sei - talvez eu precise relaxar, viver mais; talvez eu precise de ajuda. Se ao menos... mas não - já está feito. Li o livro e fiz o que achei que era certo, mas te entendo quando você diz que eu era uma completa idiota. Passei esses últimos anos aprendendo sobre o que realmente vale a pena, pensando se você concordaria. Não ando mais de patins, falo mais baixo e me comunico pelo computador - ainda assim luto para não soar hipócrita. Essa prudência enfadonha é tudo que eu gostaria de evitar; afinal, ser uma personagem de Dostoiévski em pleno século XXI é, sem dúvida, a missão mais kamikaze da atualidade. O que será que crescer significa? Vejo tanta gente se matando para manter o mesmo número de roupa e me pergunto por que é que eles não têm escolha. Quando eu era criança, sentia-me sempre observada, e achava que isso poderia ser bom. Faz alguma diferença se é você ou se sou eu quem observa? Já vi que sim: agora falta saber se sofro, cresço ou ignoro tudo isso.

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