segunda-feira, 30 de maio de 2011

Chega de saudade

Hoje bateu uma saudade de tempos que podem até nem ter sido tão felizes assim. Saudade de pensar que eles sem dúvida foram. Saudade de ex-namorados canalhas, de programas estúpidos que me mantinham em frente à televisão por horas a fio. Senti saudade daquela vileza despreparada das pessoas de antes, aqueles discursos sem ensaio na porta da sua casa, aqueles rompantes regados ao amor pela vida e a muita cachaça. Saudade de pensar que saber mais me tornaria uma pessoa melhor, mais segura, mais bem-resolvida. Saudade de quando eu tinha certeza que se tudo desse errado, seria feliz na Obra às 3 da manhã. Saudade dos tantos amigos de papel, dos tantos alunos (que saudade!) que me ensinaram tanto, de achar que eu não sabia nada, que eu sabia alguma coisa, que eu sabia de tudo... Passaram-se tantos rostos, lugares e situações, mas ficaram as frases inesquecíveis, os olhares, momentos cor de pérola congelados dentro de mim com um quê de curiosidade. E se... Mas saudade é saudade; esperança é esperança. Visto meu pijama e sinto saudade de Londres e seus dias frios; olho pra trás e vejo minha cama, meu cobertor belo-horizontino. Envolvo-me nele e fecho os olhos com toda força. Se a esperança acabou, por que é que a saudade ainda me atormenta? Quem sofre de saudade crônica acorda todos os dias achando que ontem foi bem mais bonito. Humpf... Belo jeito de envelhecer!...

Um comentário:

  1. É esta a palavra da vez, viu? Saudades... que dia eu vou te ver, hein? bjo!

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