quinta-feira, 4 de março de 2010

Ouro de tola

Sonho que sou uma assalariada esmagada pelo governo junto com o restante da classe média. No meu sonho, conto o dinheiro e faço as contas. Tudo aumenta, menos o salário da gente. Pego um bolo de dinheiro no banco. Financiamentos. Prestações. Gastos fixos. Entrego tufos dele por aí e me sobram cinco reais. Penso que legal, ainda não usei o cheque especial e o cartão de crédito tá super sob controle. Vou ao Mc Donald's, troco os cinco reais por um sanduíche da promoção. Troco meu mal estar pelo Mc Donald's somado à falta de exercícios por uma caminhadinha. O mp3 me dá choque. Sem música não há esporte, definitivamente, penso com uma raiva muito decidida. Começa a chover e eu tento me convencer que vou trocar o choque com mal humor por uma corridinha de estréia. Dou três passinhos corridos e fico com sede. P*** q** p****, cadê os cinco reais? OK, hoje não tá muito bom pra esportes. Aproximo-me do carro. Hum, vou trocar você. Dou uma risada enorme, beirando o histérico: AGORA NÃO TENHO NEM CINCO REAIS, ME EXPLICA COMO VOU TE TROCAR, HAHAHA! Contenho a insanidade. Penso em qualquer trabalho alternativo. Analiso minha agenda e percebo que não há horário pra uma atividade paralela. Penso em Floripa, que lugar... penso na Europa, me vejo lá, trabalhando meio horário, fazendo algo que eu realmente gosto. Penso no meu perrengue na Europa e fico um pouquinho sem graça comigo mesma. Tento desconversar. Eu gosto mesmo de quê, hein? ... Gosto de umas coisas, mas uma que eu sei fazer bem... Uai, dar aula, né? Esse pensamento me traz uma serenidade total e absolutamente conformada. Plim! Descubro que é por isso que eu pertenço a esse apertamento chamado classe média. Penso que ela devia se chamar classe médica, por causa do tanto de ites e oses que se tem quando chegam as contas. Sinto muita vontade de mudar esse quadro, um desejo que não cabe em mim... passou. Eu devia estar feliz, né? OK, já chega. Hora de acordar. Oiii, Deus?... Alô? Alguém? Gente, sem gracinha por favor... Anjo da guarda, avisa aí em cima que eu já parei de brincar!

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