No feriado de 15 de novembro visitei a cidade de minha mãe, por onde não passava havia muito. O vento tinha cor de nostalgia; a chuva tinha cheiro de casa. E eu, que quero morar em qualquer cidade por onde passo, quis fazer fogueira também ali. Quis, quis... e vi um par de olhinhos azuis-verdes me olhando preocupado. Entendi que agora somos dois. Um papel e duas assinaturas, dois alvarás de fuga em busca de uma vida menos ordinária. Escolhi quem eu mais amava para juntar-se a mim no ficar ou fugir - por coincidência era justamente a pessoa que me amava mais. E de repente era assim. Decidi incluí-lo no meu mundo e o trouxe comigo. Dirigi por todo o caminho, contei histórias, levei-o até meus antigos bancos de praça. Juntos permanecemos, sentados em frente à escola, abraçados um ao outro como se o mundo pudesse acabar ali mesmo, ou começar naquele instante. Fechamos os olhos e revivemos os oito anos da nossa história, e pensamos que cada pedacinho dela fazia sentido. Concluímos que para viver o amor plenamente, é preciso abrir todas as portas sem medo e esperar por um sorriso antes de darmos as mãos e escolhermos um só caminho. Às dez da noite de um dia cheio, não há nada melhor que fazer as pazes debaixo das cobertas, mesmo que amanhã tenha seu quê de complicado. O que dizer de uma noite de chuva em casa, dividindo calma com meu marido enquanto ouço Velvet Underground? Que Deus deve me proteger mais do que protege os outros. Tenho muita sorte.
me emocionei.
ResponderExcluirlindo, Érika! =D
é tão bom ter essa certeza... :)
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