Não há nada mais belo que estar triste... É intenso, maduro, reflexivo, suave, meio rosa claro, meio azul. O amarelo do calor me assusta, as cores do carnaval me deixam apreensiva. Ser feliz é tão pequeno... é úmido, abafado, histérico, é movimento demais, é alto, altíssimo, desesperador até. Engolir seco e sentir o coração doer nos diz muita coisa. Estar triste é ir à Praça do Papa e sentar-se lá no meio da grama, ouvindo Strokes, Dire Straits, Bob Dylan, Madeleine Peyroux, "Dry your eyes", "In the deep". É pegar uma cerveja quente no carrinho de água de coco e tomá-la de canudinho lá no topo do nosso mundo, olhando pra cidade e sentindo que ela olha de volta. Prefiro fondue a picolé, rock'n roll a axé, e acho a falta de roupa algo penoso. A alegria pra mim tem que ser em tons pastel, meio que uma mistura do calmo com o sublime - nirvânico. O que vier além disso é discrepante. É isso: analisando a relação custo-benefício, felicidade na certa é prejuízo - e nunca há de ser tão bonito.
Ostra feliz não faz pérola (Rubem Alves)
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