Convido você a mudar de comportamento. Vamos parar de reproduzir as atitudes alheias que não levam a nada? Não é fácil, mas é necessário. Eu, por exemplo, falo muito, muito mal, muitas vezes. Coisas que não fazem sentido, coisas das quais mais tarde me arrependo. Percebo que falo o que penso das pessoas sem que elas tenham a chance de mostrarem-se diferentes. Falo o que penso, e penso tão diferente a cada instante... Reprovo comportamentos e admiro valores, lado a lado. Todo mundo tem seu lado ruim, todo mundo tem seu lado bom. Eu enxergo os dois, e falo. Todo mundo tem seus defeitos, quase todos têm qualidades inegáveis - eu percebo. Aos poucos quem não me faz bem vai procurando seu rumo, sem choro nem vela: uma questão de qualidade de vida. E para acompanhar esse processo, que tal transformar um comentário ruim em um bom? Afinal, comentários ruins enchem o estômago de sapos pesados, trazem culpa. No final, as pessoas nunca são tão ruins quanto parecem (pelo menos boa parte delas). O problema é meu reflexo nem sempre apurado, às vezes sem nexo: o que eu reflito, eu devolvo. Indiferença, amor, alegria, rudeza. Tento na medida do possível devolver a falsidade; nem sempre consigo - é uma senhora virtude!... Então aí vai um convite: esqueçamos os confidentes que espalharam confidências, perdoemos aos fracos cuja verdade não tem vez, louvemos os amigos de aluguel pelos serviços prestados, ignoremos a quem não consegue querer-nos bem, porque querer bem aos outros é um dom. Vamos trocar um comentário ruim por um bom às segundas-feiras. Na terceira semana tente dobrar esse número e aumente um comentário a cada semana. Depois do quinto, passe pra terça. É um exercício, vamos tentar? Se não aguentar, beba leite... e comece de novo. Vou começar, você vem? Malhar a alma pode ser tão tentador quanto malhar o outro.
Esse blog é destinado a compartilhar viagens literárias, e está aberto a seres humanos e afins... Divirtam-se!
domingo, 29 de novembro de 2009
We're gonna change the world
Convido você a mudar de comportamento. Vamos parar de reproduzir as atitudes alheias que não levam a nada? Não é fácil, mas é necessário. Eu, por exemplo, falo muito, muito mal, muitas vezes. Coisas que não fazem sentido, coisas das quais mais tarde me arrependo. Percebo que falo o que penso das pessoas sem que elas tenham a chance de mostrarem-se diferentes. Falo o que penso, e penso tão diferente a cada instante... Reprovo comportamentos e admiro valores, lado a lado. Todo mundo tem seu lado ruim, todo mundo tem seu lado bom. Eu enxergo os dois, e falo. Todo mundo tem seus defeitos, quase todos têm qualidades inegáveis - eu percebo. Aos poucos quem não me faz bem vai procurando seu rumo, sem choro nem vela: uma questão de qualidade de vida. E para acompanhar esse processo, que tal transformar um comentário ruim em um bom? Afinal, comentários ruins enchem o estômago de sapos pesados, trazem culpa. No final, as pessoas nunca são tão ruins quanto parecem (pelo menos boa parte delas). O problema é meu reflexo nem sempre apurado, às vezes sem nexo: o que eu reflito, eu devolvo. Indiferença, amor, alegria, rudeza. Tento na medida do possível devolver a falsidade; nem sempre consigo - é uma senhora virtude!... Então aí vai um convite: esqueçamos os confidentes que espalharam confidências, perdoemos aos fracos cuja verdade não tem vez, louvemos os amigos de aluguel pelos serviços prestados, ignoremos a quem não consegue querer-nos bem, porque querer bem aos outros é um dom. Vamos trocar um comentário ruim por um bom às segundas-feiras. Na terceira semana tente dobrar esse número e aumente um comentário a cada semana. Depois do quinto, passe pra terça. É um exercício, vamos tentar? Se não aguentar, beba leite... e comece de novo. Vou começar, você vem? Malhar a alma pode ser tão tentador quanto malhar o outro.
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
Inefável
Hoje os mundos se encontram, as palavras se perdem.
Quando te conheci senti uma coisa doida, quase que como tudo na vida. Falei por nós dois, e um belo dia me veio à cabeça que você não ter me dito nada fez toda a diferença. O vento sopra suave, o calor é intenso, e nessa alegria abafada eu te procuro, te imagino. Penso no seu sorriso, na sua saúde, na sua tentativa de viver acuado, sufocado por desejos que na verdade, na verdade mesmo, nunca foram seus. Te penso, sem me dar conta te desejo muitíssimo por tantos infindáveis momentos... Dessa forma te alcanço. Recupero as formas do seu andar, as cores do seu abraço. Enxergo com toda clareza a intensidade do seu sono. Quisera Deus que fosse eu, quisera eu que na placidez desse dia morno te deixasse ir, com juízo, com cuidado, para algum lugar que te faça feliz... Talvez outro dia, mas não hoje. Hoje estamos conectados; é mais um daqueles dias em que você parece estar aqui. Amanhã certamente será diferente - energia nova, grandes expectativas. Amanhã faremos os dois outras coisas, ocuparemos nosso pensamento com outras pessoas, participaremos de outras ocasiões. Iremos à luta com unhas e dentes, amaremos estarmos vivos, sentiremos o clima da estação na pele fina do rosto. Amanhã não farei parte do seu capítulo, nem em sonho, mas hoje... Hoje eu mais uma vez me repito quando digo que o tempo parou de passar. Não há porque chorar ou se divertir. É quase tão louco quanto tudo na vida ser invadida por essa esperança involuntária. Hoje o episódio não conta - estamos de férias dessa paródia malcontada que é a nossa vida. Pra onde quer que o planeta gire, hoje os mundos se encontraram e as palavras se perderam. Até amanhã...
Inefável
Hoje os mundos se encontram, as palavras se perdem.
Quando te conheci senti uma coisa doida, quase que como tudo na vida. Falei por nós dois, e um belo dia me veio à cabeça que você não ter me dito nada fez toda a diferença. O vento sopra suave, o calor é intenso, e nessa alegria abafada eu te procuro, te imagino. Penso no seu sorriso, na sua saúde, na sua tentativa de viver acuado, sufocado por desejos que na verdade, na verdade mesmo, nunca foram seus. Te penso, sem me dar conta te desejo muitíssimo por tantos infindáveis momentos... Dessa forma te alcanço. Recupero as formas do seu andar, as cores do seu abraço. Enxergo com toda clareza a intensidade do seu sono. Quisera Deus que fosse eu, quisera eu que na placidez desse dia morno te deixasse ir, com juízo, com cuidado, para algum lugar que te faça feliz... Talvez outro dia, mas não hoje. Hoje estamos conectados; é mais um daqueles dias em que você parece estar aqui. Amanhã certamente será diferente - energia nova, grandes expectativas. Amanhã faremos os dois outras coisas, ocuparemos nosso pensamento com outras pessoas, participaremos de outras ocasiões. Iremos à luta com unhas e dentes, amaremos estarmos vivos, sentiremos o clima da estação na pele fina do rosto. Amanhã não farei parte do seu capítulo, nem em sonho, mas hoje... Hoje eu mais uma vez me repito quando digo que o tempo parou de passar. Não há porque chorar ou se divertir. É quase tão louco quanto tudo na vida ser invadida por essa esperança involuntária. Hoje o episódio não conta - estamos de férias dessa paródia malcontada que é a nossa vida. Pra onde quer que o planeta gire, hoje os mundos se encontraram e as palavras se perderam. Até amanhã...
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
Um pouco louco
Era uma vez uma menina que queria achar a chave pra tudo. Descobriu que a chave estava num lugar muito pertinho dela e ficou frustrada por ter demorado a descobrir. Num ímpeto, jogou a dita cuja pra lá de onde jamais se acha alguma coisa e foi dormir. Sonhou com travesseiros, lagartixas e um olho bem grande parado no meio do sonho, escancarado, olhando pra ela. Fez uma força muito grande pra fechar o olhão sinistro, mas ele estava preso a uma tomada e, na confusão, se soltou. Depois desse dia ela tentou me convencer de que sua vida está bem melhor, de que ela agora sabe da verdade. Eu a vejo falar sozinha e acho engraçado; os médicos acham patológico; os pais acham louco. Ela vive hoje em um local isolado. Ela fala comigo, ela me conhece, como isso pode ser louco? Como se enxerga a loucura, como se mede? Gosta de flores e coelhos, nunca fez mal a nenhum dos dois. Se ela é calma, por que remédios para ansiedade? Se ela é feliz consigo mesma, por que remédios para depressão? As pessoas não a compreendem. Linda, doce... e só. Tudo que ela queria era achar a chave para si. Soube um belo dia que a chave para si a separava do mundo. Não teve medo, não havia o que perder. Vive longe dos homens, mas depende deles para as coisas mais mundanas. Não se dá conta. É amada por alguém que não importa, coloca roupas que independem da hora certa. Vive sem estado civil, sem bandeira. Dorme e acorda. Há muito tempo deixou de sonhar. Conversa com os caracóis dos seus longos cabelos, e isso lhe basta. Como seria se isso bastasse pra você? Um pouco louco, né? Não se acanhe! É assim que a banda toca...
Um pouco louco
Era uma vez uma menina que queria achar a chave pra tudo. Descobriu que a chave estava num lugar muito pertinho dela e ficou frustrada por ter demorado a descobrir. Num ímpeto, jogou a dita cuja pra lá de onde jamais se acha alguma coisa e foi dormir. Sonhou com travesseiros, lagartixas e um olho bem grande parado no meio do sonho, escancarado, olhando pra ela. Fez uma força muito grande pra fechar o olhão sinistro, mas ele estava preso a uma tomada e, na confusão, se soltou. Depois desse dia ela tentou me convencer de que sua vida está bem melhor, de que ela agora sabe da verdade. Eu a vejo falar sozinha e acho engraçado; os médicos acham patológico; os pais acham louco. Ela vive hoje em um local isolado. Ela fala comigo, ela me conhece, como isso pode ser louco? Como se enxerga a loucura, como se mede? Gosta de flores e coelhos, nunca fez mal a nenhum dos dois. Se ela é calma, por que remédios para ansiedade? Se ela é feliz consigo mesma, por que remédios para depressão? As pessoas não a compreendem. Linda, doce... e só. Tudo que ela queria era achar a chave para si. Soube um belo dia que a chave para si a separava do mundo. Não teve medo, não havia o que perder. Vive longe dos homens, mas depende deles para as coisas mais mundanas. Não se dá conta. É amada por alguém que não importa, coloca roupas que independem da hora certa. Vive sem estado civil, sem bandeira. Dorme e acorda. Há muito tempo deixou de sonhar. Conversa com os caracóis dos seus longos cabelos, e isso lhe basta. Como seria se isso bastasse pra você? Um pouco louco, né? Não se acanhe! É assim que a banda toca...
sábado, 21 de novembro de 2009
Dom Quixote
Deus misericordioso, o que fizeram com a idéia, com a mocréia, com a centopéia? Coitadinhas, ficaram tão tristes... arrancaram delas seu brilho, tiraram delas toda a sua força. Agora elas se chamam ideia, mocreia, centopeia. Estão xoxinhas, deprimidas. A mocreia está sem ideia, a centopeia até resolveu se compadecer da mocreia, já que além da condição lhe falta agora um pedaço. O vilão que realizou essa barbaridade não pensou sequer por um segundo na natureza dessas garotas. Uma boa idéia precisa de força pra vingar; uma centopéia precisa de força ao colocar aquilo tudo pra funcionar. E a mocréia precisa de muita força pra ter uma boa idéia e sair da zona das centopéicas desventuras. Eu acredito em vocês, palavras, e nunca hei de tirar-lhes a peruca de Sansão, ainda que ela lembre mais o cabelo do Cebolinha... Avante! Branca, Branca, Leone, Leone, Leone!
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