Hoje me peguei pensando nessa palavra. Essa mesmo. Change. Tantas mudanças de uma só vez que a dificuldade para assimilá-las todas tem por vezes dado lugar à aflição, ao medo de ser, de ter, de ver minha vida florescer só porque eu mereço... Só? As palavras teimam em brincar comigo em dia de coração que pega fogo, em hora que passa devagar e de repente já está - a consolidar ideias tímidas, a levantar bandeira de um simples duvidoso demais. Contra qualquer profecia, magia, liturgia, heresia há o meu passo marcado por todo o meu dia-a-dia; há o meu olhar de passarinha aturdida, resistindo pra colorir os olhos de tristeza, ânsia e dúvida que pousam, de quando em vez, sobre os meus. Olhares dizem tanto... quase tanto quanto as palavras que me fogem dos dedos, cheias de constatações e vontades, imposições e maldades, malícia que o outro derrama e me queima a retina, adormece as carnes trêmulas do meu coração, faz gelar lá dentro da barriga, num lugar estranho que não foi preparado pra absorver tanta angústia, tanta confusão... Por muito tempo tudo o que eu queria fazer era... to change. Change jobs, change my lifestyle, change the way I feel about things, change my mind about the fact that some things cannot be changed. Change my idea of family, love, joy, freedom and responsibility. Change my conception of merit, choice, reward. Change myself from inside out to be less needy, more optimistic, less distracted, more assertive... change the way I used to believe in achievement, in a secret stored into some people's minds to make the most of this life. O que me veio à mente de forma muito sutil, logo hoje, dia difícil, dia grande, compulsoriamente ocioso, é que change também é troco, esse que a gente recebe quando paga a mais, quando dá mais do que o outro espera receber. Olho pra baixo e penso no quanto o que estou vestindo agora me define - uma calça jeans, botas que andaram pra cá e pra lá, um agasalho quente sem pretensões de ser outra coisa. E mesmo assim existe toda essa mensagem, toda essa passagem pelos olhos alheios, essa miragem criada no imaginário de quem não te conhece, essa linhagem que você carrega sem perceber, que não sabe precisar de quando vem, pra onde vai, se vai só... Só? Informação demais guardada no HD do outro: um sorriso que muda de cor, um par de olhos que mudam de tom, um olhar parado, em direção a coisa alguma, olhar daqueles que falam baixo pra você não ouvir, que parecem achar o que procuravam muito longe de onde você está. Nem sempre foi assim. We need change, so when it hurts too bad we can stick to the remains of what we once gave away and feel grateful for having so much faith in nothing other than ourselves.
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