Te vejo naufragando entre minhas lágrimas e meus sorrisos, lutando para ficar de pé sobre minhas decepções e certezas sempre incertas. Seu olhar cansado me enche de tristeza, luto antes da morte esperada. Do lado de cá, bradei, sofri, mas nunca parei pra pensar em como seria. E quando a morte chegar, o que vem a seguir? Cartões de obrigada pela visita, talvez um chá... nota de falecimento nas mídias públicas? E os cacos do que sobrou, para onde vão? Como é que se vira uma página tão pesada da história, como é que o livro se fecha? Ando a tatear esse novo mundo com pesar e sem nenhum senso de etiqueta - mas como diabos se aprende essas coisas afinal? Como se aprende tudo o que é necessário, ainda que difícil - com dor e dúvida, desassossego de quem vê a água encher o copo lá de dentro. Com medo, olhando pra trás a cada segundo à espera de um sinal, de um milagre, de uma exclamação ou um ponto final. E se... Por que não... Mas... Tarde demais? Quando essa porta se fechar, estarei muito fraca para pensar em reabri-la, coração calejado além da conta para acompanhar qualquer outra novela. Amigos? Ex-qualquer coisa? Futuros desconhecidos que tanto se conheceram... e em eventos sociais se cumprimentam com um meio sorriso e um aceno de cabeça, esbanjando a indiferença e o desconforto que vêm com as melhores maneiras.
Nenhum comentário:
Postar um comentário