terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Way too much

Ah, mas para que ser assim tão delicada, se o mundo esbraveja e engole a gente lá fora... Conheci uma menina que tinha duas nuvens negras debaixo dos olhos, e quando chovia, elas subiam e encobriam seu olhar já triste, colorindo aquele semblante cansado e inexpressivo de pura solidão. Ela realmente achava que sabia das coisas, e disso senti pena, mas hoje acho graça. Tem dias em que comer resolve; já em outros beber faz falta. Os fisiologicamente bem alimentados, por outro lado, é que têm razão: nada de ficar dando pinta de doida em dia de chuva quando na verdade se peca por nada mais que desorganização. Novamente bebi o suco do meu desgosto e ele desceu amargo, até que o desconforto virou prazer e me fez forte, pura sorte, pronta para esse novo dia que nada tem de romântico ou delicado, mas que sopra voraz e calado pela janela afora, pintada de céu, som, flor e animosidades.

2 comentários:

  1. Texto pequeno no tamanho, mas grandioso em poesia...
    Bravo!
    Perfeito.

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  2. Como é bom ser compreendida por uma alma tão voraz e delicada ao mesmo tempo ;) You've made my day, Teodora! x

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