Não entendo de computador, não sei nada dessas coisas. Acho estranhíssimo quando as pessoas ligam aquele troço e se vêem pela televisão, falam umas com as outras. No meu tempo, a gente escrevia cartas. Elas levavam um beijo, um cheirinho do perfume preferido, às vezes até uma mecha de cabelo. Cabia à outra parte imaginar o resto. Era assim que as pessoas se viam - num fechar demorado de olhos, a carta apertada contra o peito, aquele perfume... Vinha então a lembrança nítida da voz, os contornos do rosto. Dava para sentir a textura das mãos, o pulsar de um coração apressado, aflito, que nunca se cansa de bater... e esperar. Pode ser que ainda hoje o amor seja bonito, mas no meu tempo ele certamente era mais importante.
Nenhum comentário:
Postar um comentário