Preste atenção: não sei se você ouviu a última canção, não entendi o que você quer dizer com um constante sorriso no rosto. Que está tudo bem? Mas preste atenção: um sorriso constante não significa felicidade. É sinal de tensão, de enrolação, de dragging the hell of your life on... Será que é isso que você merece? Pense bem. O que está escrito nos seus olhos? Eu falei com um bêbado, chorei e ri, pensei sobre meu futuro, não vi nada adiante, vi tudo adiante, tudo ao mesmo tempo, pensei em ir à Lua com meus filhos no feriado, em congelar na neve em qualquer lugar onde haja um abraço sem tempo nem espaço... pensei em fantasia, em sonho comum, em realidade, em catástrofe, em amigos, em estranhos, em grandes passadas, em passos tímidos, em fazer a diferença, em não fazer nada, em segurar a onda, em me transformar, nos seus olhos, nas nuvens se movendo sempre pra frente, em outra música que me traga o pensamento de estar dentro de tudo isso e fora do que não posso imaginar! Não quero imaginar seus olhos, não quero pensar que há mentira neles - mas sempre há, eu minto, você também, e todos à nossa volta... A Terra gira em torno do Sol, a Lua gira em torno desse planeta e esse planeta NÃO GIRA EM TORNO DE VOCÊ - E NEM DE MIM, E NEM DO AMOR, E NEM DO SEXO, E NEM DO BEM ESTAR - QUANDO É QUE VOCÊ VAI PISAR NAS NUVENS QUE EU PISO SEM MEDO DE CAIR? A queda é grande, o salto é enorme, e a vontade é... chuta! Te amo, me amo, temos tanto pra resolver... temos outro jogo pra jogar, outra vida pra aprender - não estou disposta, fui afetada pela gripe suína. Quero explodir de gripe, quero correr até a pilastra, bater a mão e voltar, quero ganhar a aposta, quero suar no sol, de tanto rir e tomar cerveja. Quero a malícia daquela menina que pisca, quero a audácia daquele paraquedista, quero sol, quero mar na minha janela, quero você na minha pista! Quero correr e parar, quero o doce e o muito salgado, quero sugar seu sangue, ser seu ser eterno qualquer coisa, amor desesperado. Seja meu ser eterno. Um dia sonhei que estava no México - só faltava Gael, meu Gael, sem lenço e sem documento, sem credo e sem razão social. Marisa Monte tem razão social, e eu quero correr, me correr disso tudo, e me acabar com um microfone na mão, porque sempre achei que tivesse algo a dizer. Sempre uma música, sempre uma canção atravanca minha vida. Penso que poderia ter feito mais, penso que não tem mais jeito. Correr e ficar, correr e ficar, chorar e ficar, beber e ficar, ficar, pensar e ficar, chorar e ficar, ficar e ficar... subir no palco, ser tudo... - e já não ser mais nada. Quero pisar no esterco, lavar as botas e rir-me do ocorrido, do desaparecido, do que tem acontecido. Ao som de Buena Vista, anseio recobrar-me do que foi e do que tem sido. Em meio a pedidos de casamento e desejos de uma outra vida que comece dentro do peito, em meio a corações orgulhosos, pulsantes e pusilânimes, essa que vos fala pede sua atenção - se equilibra, resolve que vai à missa - e reza pra dormir de noite, pelamordideus!
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