É assim que eu vivo: uns dias com mais amor, outros com mais medo. Fiquei feliz ao ver que a paranoia do Raul está também (d)escrita pelas linhas da minha vida. Se Deus nos acompanha todo o tempo, como é que a gente respira sem pensar nessa falta de privacidade, que nem no show de Truman tinha pay-per-view sem edição? Se alguma coisa da minha cabeça cai numa folha de papel ou vira recado virtual, bate a angústia de A contar pra B sem a minha permissão. Fico querendo falar de amor com medo de quem vai ouvir, meditando e sonhando sem me dar sequer o direito de me distrair... Quanto amor abrigo no meu ser! E quanto medo de ficar presa em minha própria caverna do dragão... Nesse mundo redondo de tão quadrado, nesse dia curto e espaçado, calor e medo, amor azedo tornam abafada minha intenção de comer bem e dormir cedo, de amar além e trocar - já não é segredo - a culpa pelo perdão. Um dia hei de abrir essa porta que conecta o peso do dia-a-dia ao meu desapego. Até lá, que o medo se agaste, se desgaste e que o amor dê um xeque-mate na insatisfação.
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