Vi uma lagarta escalando a parede
a passos curtos, cheia de pernas -
sem pressa e sem preguiça.
Saiu de sua casa engraçada
querendo virar borboleta
indócil, mestiça.
Sem não e sem pare ela vinha
Deslizava pela pedra fria
Atravessava.
Sem barreira ela não se detinha
Pés descalços em marcha de um dia
Direcionava.
Vai nascer bicho livre na rede,
sem fome e sem sede,
sem vida comum.
Vai-se embora num sopro da noite
sem coro e sem dono
sem pesar algum.
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