Toda vez em que eu me olho no espelho vejo algo diferente - uma sarda nova, uma linha que se acentua, um fio de cabelo que perde a cor. A expressão, no entanto, não se altera. Continuam a brilhar meus olhos pensativos, meus dentes que adoram convidar para uma gargalhada ou ao menos um sorriso sincero. Vejo as formas do meu corpo e me sinto feliz ao percebê-lo bem-cuidado, saudável sem exageros. Penso em toda essa informação a se desenhar sobre a minha carcaça sem pedir licença... fico desejando sorver mais um gole dessa mudança que me esquenta o peito sem drama e sem pressa. O sabor das novidades que laçam meu momento de vida dá água na boca, conforta como sorvete que a gente prova pela primeira vez. Timidamente flerto com minhas pequenas-grandes conquistas e agradeço por ser adulta em terra de criança, que ser adulta me tira o medo de trocar o estar pelo ser, me faz querer permanecer essa moça-menina que não acredita em meta-romance ou pseudo-escolha. É hora de fazer as malas: por dentro, medo mineiro de onda grande - mar bravio a me espreitar com seus olhos de sonho e temperança.
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