É uma tristeza fazer parte desse período. Mais triste ainda é ser professora nesse momento histórico em que os filhos mandam nos pais, os pais mimam os filhos, os filhos compram enquanto os pais trabalham, os pais trabalham para afastar os filhos deles. Os almoços em família se transformaram em colégio integral, a bicicleta na Praça do Papa agora se chama Play Station e a queimada e rouba-bandeira das festinhas de aniversário deram lugar a fliperamas e joguinhos de computador. As crianças têm Orkut, falam com os amigos no msn e os pais acham lindo o Pedrinho só ter cinco anos e saber mais de computador do que eles. Você liga pra avisar que o Pedrinho não está indo bem na escola e o pai ameaça te processar. Como você fala assim do meu filho, que mal conheço, que raramente vejo, que não sei do que gosta ou com quem conversa por horas no computador? Como você diz isso do meu garoto, que passa mais tempo na escola do que em casa, que imagino que esteja comendo bem, que me pede dinheiro mas não sei pra quê, que consegue ganhar um mp4 mas já desistiu de esperar pra ganhar um abraço? A educação que se restringe à porta da sala de aula pra dentro pode ser muito, mas muito frustrante.
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